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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 716.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Evolue

02.07.11, RodrihMC

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02.07.11, RodrihMC

Prioridades

02.07.11, RodrihMC

Um sentimento sem com sentimentos.

01.07.11, RodrihMC

Sentimentos, de forma genérica, são informações que seres biológicos são capazes de perceber, captar, sentir nas situações que vivenciam. Por exemplo,medo é uma informação de que há risco, ameaça ou perigo direto para o próprio ser ou para interesses correlatos. A empatia é informação sobre os sentimentos dos outros. Esta informação não resulta necessariamente na mesma reação entre os receptores, mas varia, dependendo da competência em lidar com a situação, e como isso se relaciona com experiências passadas e outros fatores.

 

O sistema límbico é a parte do cérebro que processa os sentimentos e emoções. A medicina, biologia, filosofia e a psicologia estudam o sentimento humano. 

 

Abraham Maslow, professor de Harvard, comentou que todos os seres humanos nascem com um senso inato de valores pessoais positivos e negativos. Somos atraídos por valores pessoais positivos tais como justiça, honestidade, fidelidade, verdade, beleza, lealdade, humor, vigor, poder (mas não poder abusivo), ordem (mas não preciosismo ou perfeccionismo), inteligência (mas não convencimento ou arrogância).

 

Da mesma forma, somos repelidos por injustiça, morbidez, feiúra, fraqueza, falsidade, engano, caos, infidelidade etc., Maslow também declara que valores pessoais positivos são definíveis somente em termos de todos os outros valores pessoais positivos - em outras palavras, não podemos maximizar qualquer virtude e deixar que ela contenha quaisquer valores pessoais negativos sem repulsa.

 

Por exemplo, a beleza que está associada com o engano se torna repulsiva. A justiça associada com a crueldade é repulsiva. Esta capacidade inata de sentir atração ou repulsão é o fundamento da moralidade - isto é, sentimentos bem entendidos formam a capacidade interior com a qual nascemos para chegar ao que pensamos ser bom ou ruim e certo ou errado.

 

Este ponto de vista contrasta agudamente com alguns ensinamentos extremistas de algumas religiões e ideais políticos, que querem estabelecer o que é moral - que os humanos nascem num vácuo moral e que é somente a autoridade quem pode dizer aos seres humanos o que é certo e errado. A exploração extremista dos sentimentos aumenta na medida em que os sentimentos não são apenas distingüidos, mas mesmo separados do pensamento crítico.

 

Algumas religiões, entretanto (algumas correntes atuais do cristianismo), acreditam que o ser humano nasce com princípios morais a ele inatos, e nele colocados por Deus. E que a "imagem e semelhança" ao Deus criador, citada no livro de Gênesis da Bíblia cristã, se referiria na verdade à imagem e semelhança moral a esse Deus criador, e não à aparência física do Deus cristão. Chegando a uma conclusão próxima à de Abraham Maslow, porém não científica..

 

À luz do sentimento, quero falar do sentimento sem consentimento, que é o sentir desonesto.

 

Todos nós temos sentimentos desonestos, infames e egoístas. Está inerente ao ser humano, do santo ao pecador, do justo ao injusto, da menina virgem ao homem experiente, todos são corrompidos pelo sentimento de ruindade. 

 

Há dois tipos de pessoas que são fáceis de se identificar e se houver uma terceira, esta não desperta interesse porque será um tipo de personalidade vazia, inerte e mórbida. Há a pessoa que luta contra o sentimento desonesto e de tanto fazer esse confronto consegue delinear o hábito dos bons costumes e vive em paz. A outra pessoa é aquela que nasce em paz, vive uma infância e adolescência tranquila, mas sucumbe à perversidade apenas pelo prazer de agir no ilícito, confiante que seus atos não serão descobertos e que poderá entrar e sair do limbo sempre que quiser e desejar.

 

O sentimento desonesto é aquele que faz a pessoa experimentar coisas desonestas e viver delas por quanto tempo ela conseguir. Alcoolismo, drogas, tóxicos, sexo excessivo, promiscuidade, prostituição, furto, extravios, má influência, maus conselhos, mentira e infidelidade são algumas seduções que atraem ao sentimento egoísta. É um sentimento que cega a alma para o bem, o amor, a paixão, a fé, o carinho e a esperança. Despreza a honestidade, a sensatez, o equilíbrio e a honra. Ignora a paz, os valores familiares, a saúde do corpo e o equilíbrio mental. Como um ópio que alucina e toma a mente da pessoa tornando-a escrava de suas maldades, fazendo de seus medos suas certezas pessoais e de suas certezas, inseguranças.

 

A pessoa que se vigia é aquela que também já experimentou no erro a dor da perda irreversível. Pudera um aprender com o erro do outro, mas isso não é possível, pois todos nós temos o direito de sofrer por errar, independente se o resultado não tiver conserto jamais. Pudera quando consertado o erro não errássemos novamente. Alguns até não erram mais, porém isso só acontece com aqueles que tem luz própria.

 

Quando se está com o sentimento ferido o mais certo é vomitar todo o rancor, a raiva e a decepção sobre a pessoa que lhe fez o mal terrível. Se você não faz isso estará se condenando para o resto da vida em não ter manifestado seu asco pelo sentimento desonesto alheio, então você entra no limbo, se tornando sua própria contradição. Esse vômito tem que ser feito depressa, sem pensar e sem se condoer, porque logo em seguida, quando o primeiro sentimento de repelência passar, você começará a padecer seu sofrimento pessoal.

 

Sim, não é só quem lhe faz o mal é quem sofre. Você também sofre. Sofre em dose dupla, portanto ataque, exponha, grite, chacoalhe a pessoa que lhe faz infeliz. Isso lhe trará paz pelo senso de justiça, um dos valores pessoais positivos. E procure se distrair. Conhecer pessoas novas, interessantes, amáveis e leais ao sentimento de amizade com você. Erga a cabeça, entenda que você está por cima em tudo e que o mundo se encarrega de separar o joio do trigo todos os dias.  

 

De fato que todos nós erramos e acertamos. A vida é isso, mas a diferença está no motivo que justifica seu erro ou acerto e não só no ato em si. É o motivo que vai condenar você ou não. Se o erro foi sem um motivo convincente, então sua condenação é certa e será a sua sombra de todos os dias. Se o erro foi motivacional, se cuide para não cometê-lo de novo e faça certo para não se auto-sabotar. E perdoar é algo para quem sabe o que não é ser perdoado, portanto perdoe e sentirá mais do que consciência tranquila. Sentirá a alma leve por não ser você aquele quem julga. Como eu disse, quando você age com a consciência, com equilíbrio e  maturidade o mundo se encarrega de punir o infrator.

 

E quando seu sentimento começar a apertar seu coração e tirar o resto de ar do seu peito, é sinal de que você está entrando no limbo também. Não se assuste, você está sentindo o sentimento esvair-se sem ter muito o que fazer. Deixe-o esvaziar-se dentro do peito e não se assuste. Assim como a larva se recolhe na crisálida para se transformar num ser alado, o coração precisa estar vazio para se repreencher ou reinventar-se com nova energia de um sentimento restaurador. Como fênix, o sentimento também renasce, mas precisa de tempo e cuidados especiais. 

 

Lutar contra qualquer tipo de sentimento é pior. Senti-lo leva à cura de alguma maneira. Mas isso não quer dizer que será para a mesma pessoa que rasgou o véu de seu sentimento, muito embora e quase sempre acontece de exitir uma nova oportunidade para a redenção. 

 

O sentimento de redenção é o mais puro que existe em toda a existência humana, mas também é o mais vulnerável, pois para ter um sentimento de redenção a pessoa certamente terá passado por outros sentimentos e experimentado a mortificação pessoal. Isso poderá deixá-la mais vulnerável para errar novamente ou mesmo para ela própria eliminar de vez qualquer sentido que o novo sentimento de redenção venha a manifestar, como por exemplo, o de demolir a relação por motivos torpes ou insignificantes.

 

Um sentimento sem consentimento é aquele que você não pede para tê-lo, mas tem porque a outra parte faz com que você não tenha coragem ou ânimo para ir contra sua expectativa. Também é um sentimento de vingança sem ter nada ou ninguém para vingar-se, fazendo com que muitas pessoas sofram por uma imprudência sem sentido.

 

Conclue-se que todo sentimento vale a pena, quando a alma não é pequena. (insp. Fernando Pessoa).