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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 716.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Se soubesse como te encontrar...

20.04.15, Rodrigo Caldeira

Eu amava
Como amava algum cantor
De qualquer clichê
De cabaré, de lua e flor

Eu sonhava como a feia
Na vitrine
Como carta
Que se assina em vão

Eu amava
Como amava um sonhador
Sem saber porquê
E amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia, amanhece não

Eu amava
Como amava um pescador
Que se encanta mais
Com a rede que com o mar
Eu amava, como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar

Eu amava
Como amava algum cantor
De qualquer clichê
De cabaré, de lua e flor

Eu sonhava como a feia
Na vitrine
Como carta
Que se assina em vão

Eu amava
Como amava um pescador
Que se encanta mais
Com a rede que com o mar
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse

como te encontrar

MADRINHA e PADRINHO para quê?

16.04.15, Rodrigo Caldeira

Publicado em 12/08/2013 - 02:23h, revisado e atualizado em 16/04/2015 15h

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Não lembro em que época já digitei um post aqui falando sobre madrinhas e padrinhos de casamento, da minha indignação desse papel que ninguém presta com o mínimo de respeito. Mas naquele tempo eu era comedido, hoje estou mais maduro e seguro de minhas opiniões, doa a quem doer. E essa reflexão se estende aos padrinhos e madrinhas de batismo, enfim, a todo tipo de segundo pai e segunda mãe escolhidos para gerir a vida dos seus. Qual é a função de uma madrinha ou de um padrinho? Bom, primeiro precisamos entender qual a necessidade de se ter um padrinho e uma madrinha. E partindo do princípio das leis que regem os seres viventes, retirados do Caballion, com ênfase na sexta lei, a Lei do Gênero, em que "O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos da criação" temos o princípio da necessidade paterna e materna na criação, educação e proteção do ente querido. O surgimento de se ter um padrinho e uma madrinha se deu pela necessidade de garantir ao ente imaturo uma garantia de segurança nos planos de sua proteção, em casos da falta ou ausência do pai e da mãe, ou de apenas uma das partes. Isso se refletia nos tempos medievais em que a espectativa de vida dos pais era muito limitada. Morria-se muito cedo por qualquer coisa, quer fosse por doenças ou pelas guerras, quiçá por perseguições religiosas ou bárbaras. Então garantia-se que os filhos receberiam uma vida continuada em algum lar, ainda que não fossem tratados como filhos, porém não seriam marginalizados na sociedade como vândalos perdidos e indefesos. Atualmente ser madrinha é a mulher que serve de testemunha em batizados, crismas e casamentos, e que assim fica sendo chamada, em relação ao neófito ou à pessoa que se crisma ou casa. Protetora, auxiliadora, madrinha. Pessoa que é considerada como mãe na ausência ou omissão, ou negligência da mãe natural, verdadeira. Aquela que aconselha, que conduz ou quem media, direciona. Padrinho certamente tem a mesma significância. Então vamos pensar em nossas madrinhas e padrinhos, o que recebemos deles senão só presentes? De protetores e educadores substitutos a meros presenteadores, numa função ingrata e mal vista por quem é convidado para apadrinhar, um suplício, significado de gastos abusivos e infrutíferos. Um título de status em que o escolhido se torna refém de uma ditadura injusta e muitas vezes covarde. Então para que ainda queremos madrinhas e padrinhos? Para... bom, isso mesmo, apenas para ganhar presentes! Não são as pessoas que escolhemos para serem madrinhas e padrinhos as responsáveis por serem TÃO irresponsáveis, até porque quando você é escolhido para ocupar a cadeira com essa titularidade logo vem à mente o interesse pelo o que você pode dar como "pagamento" desse título, e não pelo o que você deveria contribuir para a formação do conhecimento e pela proteção benfazeja. Nisso somos todos hipócritas por pensar que querer ter padrinho e madrinha para qualquer situação de nossas vidas é somente por interesse material e não por consideração afetivo-espiritual. Um pretexto para dizer às pessoas mais afortunadas que queremos apenas e SOMENTE seus presentes, preferencialmente os mais caros, e depois elas serão esquecidas com o tempo, a menos que os presentes sejam tão caros que sempre os façam ser lembrados pelo tanto que gastaram nesse ofício. Um absurdo, uma falsidade. Muito embora pareça ser uma honra ser convidado para ser padrinho, eu já recusei alguns convites justamente por causa desse conceito que trago comigo. A pessoa fica sem argumento, porque é lançada na reflexão que trago. Serei padrinho para que exatamente? Se ao menos o ato de ser padrinho me rendesse um certificado de status para moldurar e pendurar na parede, mas nem isso. Recuso mesmo e só aceito quando vejo que há fundamentos e eu terei real importância nessa função, do contrário há outros candidatos mais disponíveis para tal ilusão. Gostaria de ver uma pessoa dizer que quer uma madrinha para acompanhar sua vida mais de perto, e que não a escolheu para ganhar presentes. Que o maior presente serão seus aconselhamentos, suas indicações pela experiência de vida para que sua vida seja bem vivida. Eu tive madrinha e padrinho de batismo católico e sinceramente, tanto eu como minhas irmãs, tivemos a infelicidade de termos essas pessoas presentes por conveniência e com presentes até quando deu, antes de caírmos no esquecimento ou mesmo sermos lembrados uma vez por ano, naquele tipo de obrigação, um esforço mental e quase espiritual, como uma provação, um exercício de fé para entrar em contato. Eu sempre ficava indignado com isso em minha vida. Sofri tanto, chorei tanto, entrei em pânico tantas vezes na minha adolescência e não tinha com quem contar, a quem pedir socorro.  casamentos tive a infelicidade de ter padrinhos para... nem sei, seria para dar presentes, eu acho. E uma relação conjugal em que os padrinhos são tão inúteis quanto os presentes que eles dão a tendência da relação é ser de um convívio muito difícil, isso quando a madrinha não resolve ser a discórdia da relação, dando pitacos e enchendo a cabeça da afilhada ou do afilhado reclamante. Não dá, ninguém respeita a função de ser madrinha e padrinho hoje em dia, até porque ninguém está muito a fim de ser incomodado com a responsabilidade de conduzir, endireitar, intermediar, se envolver e tampouco intervir na vida de seus fãs. Sim, porque para uma pessoa ser madrinha e padrinho deve antes ser motivo de orgulho para quem os quer tão mais perto, confidenciá-los e seguir seus conselhos. Hoje em dia, madrinhas e padrinhos são tão inúteis quanto os aplicativos que temos no celular. Aliás, os aplicativos são mais úteis porque podemos descartá-los e escolher outro mais interessante, mas madrinha e padrinho são permanentes e vitalícios, e quem tiver estômago que aguente os seus. Ainda na relação fracassada que tive, um padrinho de casamento teve a ousadia de duvidar de minha palavra ante o que acontecia. Aquele a quem escolhi para ser meu conselheiro duvidava de minhas defesas, então a partir desse dia eu olhei para ele com o mesmo olhar que olhei para meu padrinho de batismo, e toda sua beleza e valor para mim morreu naquele momento. Em pouco tempo minha frequência em sua vida e de toda sua família foi se evaporando e desfiz da amizade sem o menor peso na consciência. Eu sou muito transparente com meus sentimentos, se dou valor eu morro pela pessoa, me entrego, vou à luta, compro a briga, brigas pelas quais geralmente me ferro, mas sou assim, não dou de mim em doses homeopáticas, porque se confiou em mim para a dura tarefa de ser amigo de verdade eu entenderei que terei livre acesso e liberdade para falar o que vier à mente, sem escolher palavras, já que o objetivo é conduzir, endireitar, consertar, intermediar ou mesmo reinventar a parte que sofre, mas nunca duvidar, nunca julgar a pessoa, nem compará-la, nem sentenciá-la e tampouco apontá-la a culpa. Hoje eu sou um homem que já perdeu muitas pessoas amadas, conheço com propriedade a dor da perda em vida - que é a dor de perder pessoas que nos rejeita por suas maldades no coração, por seus atos desgastantes e desumanos, por humilhações principalmente. Quando você perde uma pessoa amada porque ela faleceu, é uma dor que você tem que aceitar porque algo maior fez isso ser assim. Mas quando a pessoa viva mata você no sentimento e te abandona, essa dor se perpetua e se torna um câncer mortal na mente, no coração e na alma. Eu sei o que é ser deixado para trás e a luta para levantar de novo é diária, quase eterna e essa batalha consome cada molécula do meu ser, minha mente não me deixa esquecer de nenhuma dessas pessoas, em nenhum segundo do dia, uma prisão que a consciência me sentencia e me maltrata. Um padrinho ou uma madrinha, ou ambos que fossem conscientes de suas atribuições e responsabilidades viriam a calhar no sofrimento desse calvário, aliás, se houvesse padrinhos e madrinhas conscientes, certamente não haveriam divórcios e tampouco relações conflituosas, frustrantes e covardes. Mas não há, não existe essa consciência. Quando me falam que este e aquele foi chamado para ser padrinho de alguém me sinto indignado com a hipocrisia de ambos, tanto de quem convida como de quem é convidado. Um ato inconsciente e vil, em que o que importa são os presentes. Talvez dirão que até Jesus Cristo recebeu presentes, mas Belchior, Baltazar e, enfim, sei lá o nome do outro rei mago, não presentearam a Jesus por terem sido chamados para apadrinhá-lo, porém José de Arimatéia, que foi o pai por adoção de Cristo, ou seja, padrinho. Essa figura de padrinho é a que mais cabe na relação de José e Jesus, já que Cristo foi concebido pelo Espírito Santo, e não biologicamente por José. Neste caso, José foi o melhor exemplo de padrinho de Cristo, cumpriu sua função com humildade e expressiva compaixão. Certamente que hoje em dia não existam mais padrinho e madrinha com a consciência de suas responsabilidades. Meu padrinho de batismo, ainda que seja padre esqueceu-se de ser um segundo pai para mim. Minha madrinha então, prefiro não comentar. E isso eu vi não só comigo, mas com minha irmã e outras pessoas. Frustrante essa realidade. Sugiro que quando se pensar em escolher alguém para ser padrinho e madrinha de casamento ou batizado, ou qualquer coisa em que se pense em alguém para dar presentes não cometa a burrice de dizer que convidará esta e aquela para ser padrinho ou madrinha, e sim que escolherá seus paraninfos. Sim, porque paraninfo é aquele que patrocina o que defende ou apoia uma causa, uma ideia. Daí pode-se abusar no presente, porque padrinho é o segundo pai, o conselheiro, o protetor. Madrinha é a segunda mãe, a acolhedora, intermediadora dos conflitos e conselheira nas dúvidas.

Como escolher um padrinho e uma madrinha: Primeiramente é necessário que haja envolvimento íntimo entre afilhado(a) e padrinho/madrinha. As pessoas convidadas para serem padrinho e madrinha precisam ser íntimas em determinado assunto, por exemplo, um casal com quem se tem proximidades para falar sobre trabalho e responsabilidades financeiras, outro casal que tenha mais liberdade para falar das relações íntimas e comportamento pessoal, outro casal que tenha total acesso aos problemas e virtudes familiares e por fim um casal que tenha intimidade para tratar de assuntos espirituais e fraternais. Com isso se tem 04 (quatro) casais como padrinhos e madrinhas de um ente querido, no caso quatro casais para a noiva, quatro casais para o noivo. Se for para uma criança num batizado, deve-se escolher o casal que tenha todas as qualidades ou, se quiser ser mais consciente e inteligente, deve-se escolher quatro casais, cada um na área correspondente, a fim de que a criança a título futuro possa saber com quem contar na sua formação psicossocial e espiritual familiar. Eu não tenho filho, mas se tiver um dia, certamente irei optar por batizar dessa forma, 04 (quatro) casais, cada um com sua atribuição e responsabilidade, porque, sei lá, se eu faltar na vida da criança saberei que estará bem acercada de suporte, orientações e apoios. Isso já terá valido a pena tê-los escolhido para o pleito. 

Amor Próprio, uma questão de dignidade.

09.04.15, Rodrigo Caldeira

Há bom tempo, desde que me envolvi com a primeira mulher que viria entrar na minha vida, e ininterruptamente até a última com quem me relacionei entre tapas e beijos, não obstante e também com uma a quem prestei serviços (ou pelo menos tentei) têm, entre si, uma característica peculiar: O CONVÍVIO CORROSIVO. Me dei conta hoje, agora, para dizer a verdade, aqui às 03:39 horas da manhã, em que estou morrendo de sono, com febre e com a garganta inflamada. Sinto fome e minhas costas ardem muito. Poderia dormir, o que seria uma ideia maravilhosa, mas o insight me inquieta e me provoca a intenção de falar sobre esse monstro que corrói nossa vida, tirando a seiva da vida de nossa boa autoestima, adoecendo o amor próprio e minando o entusiasmo pelas relações saudáveis. E hoje, agora mesmo a minha ficha caiu. Na verdade, a ficha despencou e percebo que eu nunca tive uma experiência diferente da que sempre tive com todas as relações de amor ou afetivas, ou de tesão ou de trabalho. Certamente a responsabilidade disso ter acontecido é muito minha, porque eu permiti que acontecesse assim, pela minha baixa autoestima de décadas. E isso cansa a gente, deve cansar você que pode estar se identificando com esta reflexão aqui. Me recordo que em todas as relações que tive meu amor próprio é posto em segundo plano, minha dignidade é atropelada, estuprada e ignorada para prevalecer a boa relação, o sorriso na cara e pessoas satisfeitas de estarem comigo. Isso vem muito do meu pai, que suportou muitos prejuízos, desconfortáveis situações para ser "legal" no trabalho ou para alguém relativamente especial. Essa herança dele eu herdei e só me ferrei, porque automaticamente sou o camarada, ajudo todo mundo, trabalho covardemente desrespeitando meu espaço residencial, minha intimidade, meus compromissos pessoais e não ganhando nada por isso. Apenas mais usurpadores caras-de-pau, que se aproximam com sorrisos e tapinhas nas costas, exploram e vão embora para nunca mais. Hipócritas e oportunistas de toda natureza. Relacionamentos amorosos em que me permiti ser feito de otário para ser aceito no meio familiar da "amada", suportando comentários vazios, perguntas indiscretas, piadas de mau gosto e toda sorte de ordinários me olhando como se eu fosse cego e não percebesse a situação. Eu percebia, mas meu amor próprio era tão pequeno ou quase inexistente que eu permitia covardemente que me violassem a dignidade. Precisei passar por mais de 30 anos assim para entender o que a vida significou pra mim ao longo dessas décadas. E ninguém me orientou, ninguém me disse a verdade, só se aproximou de mim para rir e se divertir. Isso é foda. Não bastasse essas cruéis situações, também me condicionei a aceitar pagação de sapo, broncas, julgamentos, comparações, em que fui intimamente cobrado e depreciado em meus sentimentos de inferioridade, incapacidade e invisibilidade. Como pude deixar essas coisas acontecerem todos os anos? Como consegui sobreviver a tanta usurpação, coação e negação? Não sei. Recentemente fui, mais uma vez, julgado segundo a maldade e o egoísmo de outra pessoa a quem servi com lealdade e honestidade. Foi a gota d'água e com muito receio de ser apedrejado por quem nunca pecou. Mas reagi, e foi o meu primeiro passo na Lua, de tão lento que se tornou. Não admito mais que as pessoas me usem, me humilhem, me explorem, me julguem, me façam de otário e de bobo. Pode ser PHD, pode ser doutor, pode ser quem for, hoje termina a era da gentileza que gera exploração, da era do sorriso educado para ser aceito seja lá por quem for. É fato que quem tem o conhecimento tem o poder, mas não tem a permissão de me julgar e tampouco dizer quem sou ou como sou. Só eu sei quem eu sou e somente eu poderei mudar a minha vida. Quem não gostar que se adapte ou se afaste, preferencialmente se afaste. Nada acontece por acaso, porque existe um propósito por trás de todas as coisas, e o propósito dessa última cena indigna de ser relembrada aconteceu para que eu pudesse abrir minha mente e perceber que não é a beleza de alguém e nem o quanto essa pessoa seja estudiosa, ela não tem o direito sobre mim, e me deve respeito, da mesma maneira que respeito tanto quem está abaixo de mim, ou acima socialmente. E recomendo que você também resgate o seu amor-próprio, restaure a sua dignidade, enfrente seus medos e se orgulhe de conquistar seu espaço pelo o que você representa e não pelo personagem que você precisa representar. E essas pessoas têm que sumir, ou se adequar na minha dignidade que a partir de hoje precisa ser respeitada. Espero não falhar comigo novamente, porque por mais que eu consiga gritar de novo, quanto mais eu manifesto minhas reações, menos elas ecoam e convencem. Agora vou dormir, porque o amor próprio pede que meu corpo descanse, e minha dignidade me ordena que eu pare agora de digitar, salve este texto e vá dormir. Então... fui!