Em 04 de Agosto de 2012 levantei a bandeira contra um mal, que vem acontecendo desde sempre, tornando mulheres vítimas de um poder persuasivo cruel e aniquilador de suas forças, do amor próprio, da alegria de viver - principalmente como companheiras de alguém, a quem elas sentiam grande sentimento de lealdade, amor e compaixão. Neste ano de 2012 fui procurado por uma mulher, aqui no bairro onde moro, e toda minha relação com ela aconteceu via whatsapp. A história dela e o motivo de me procurar me chamou a atenção. Ela era uma mulher belíssima, com vigor e próspera. Jovem e de família estável financeira e socialmente conheceu um sujeito com menos posição social, sem formação acadêmica, um autêntico Zé-Ninguém. Se apaixonou pelo cidadão e por sua causa, seus anseios. E no calor da paixão, além do sentimento Robbin Hood de querer se solidarizar pelos mais necessitados, disse que ia parar de estudar na faculdade, para pegar o dinheiro que os pais depositavam na conta dela, e pagaria cursinhos para concurso para o namorado crescer, e ser bem visto pela família dela. Bom, o cara passou num concurso básico, de nível médio, e com isso foi se aperfeiçoando com o dinheiro dos pais da namorada. Se casou com ela e os anos se passaram, conseguiu se formar e passar num concurso, que jamais teria conseguido se não tivesse a bem aventurada ajuda financeira da amada. Feliz em ver seu marido bem de vida, aceito por sua família, aliás, aceito até demais, em que ele se tornou exemplo de pessoa, ela, por sua vez foi perdendo o vigor, a alegria de ser quem era, já que seu marido gostou da ideia de ser bem recebido pelos familiares da esposa. Gostou mais ainda de ser um cara de respeito e dela ser preguiçosa e não ter objetivos na vida. Que graças a Deus ele se casou com ela e deu um sentido em sua vida. Ela não podia falar dos desvios que fez com o dinheiro da família para que ele crescesse, porque era um Zé Ninguém, não tinha coragem de trabalhar nem de estudar, e foi graças à ela que ele se endireitou. Graças às brigas que ela fazia para ele acordar pra vida, graças às insistências, à paciência, à postura de mulher desbravadora que o fez se endireitar e seguir o projeto dele ser alguém, pois assim ela pensava que ele poderia investir nela posteriormente. Ledo engano. O cara se revelou um hipócrita, um malfeitor, e assim que se posicionou num cargo bom, de um bom salário, passou a massacrar todo o amor próprio da esposa, fazendo-a sentir-se culpada, um peso na vida dele, um problema. Nela fez um filho, depois dois, depois três. Determinou que ela ficaria em casa, que não estudaria e muito menos trabalharia. Frustrada e amedrontada passou a comer por ansiedade, desconformada e já gorda, passou a sentir-se uma desvalida. Então comecei a orientá-la sobre o que fazer, aos poucos, gradativamente. Passei a resgatar sua autoestima, seu autovalor e sua força, coragem, projetos e determinação. Estava a ponto de ver suas asas se abrindo e revelar à família o que de fato aconteceu, até que numa discussão ela se pronunciou sobre as orientações que estava recebendo, que estava se sentindo melhor, que estava se amando mais e blablabla - coisas que mulher fraca fala quando deveria ficar calada e agir em silêncio. O resultado disso foi que ele tirou dela o celular, o carro, doou suas roupas e vestidos sociais e encheu seus ouvidos de lamúrias, do quanto ela é ingrata e uma péssima pessoa. Sem poder ajudá-la fiquei impotente diante disso, e passei a levantar essa bandeira contra homens misóginos, esses malditos lobos em pele de cordeiro. Não bastasse o ocorrido, assisti o filme "Homens que odeiam as mulheres", pelo qual interessei-me e para minha surpresa tinha um viés de misoginia no enredo. Com o post "Você sabe o que é um MISÓGINO?" (04.08.2012) percebi que muitas mulheres se identificaram com o tema, muitas se pronunciaram anonimamente, em que hoje tem-se 87 comentários neste post. Para se ter uma ideia de como é difícil ter um comentário num post, é possível validar que a cada 100 leituras ocorra 1 comentário, com conteúdo bastante que passe de três linhas digitadas. Então, 87 comentários é um resultado muito satisfatório, mas que infelizmente vem de experiências sofridas. Depois continuei batendo nessa tecla com o post "Misógino, como abordá-lo" (12.11.2013), seguindo nessa bandeira a cada vez que conhecia alguma mulher, que me procurava por e-mail, com o post "E por falar em misógino..." (10.12.2013), "A mente não mente!" (02.06.2014) - que faz referência sobre o tema, "Tropeços femininos" (18.01.2015) - que faz referência aos misóginos e também às mulheres que odeiam homens, as misândricas, isto é, mulheres que sofrem de misandria: Ou seja, mulheres que têm aversão ou ódio aos homens, "Aos homens misóginos, a desesperança!" (31.03.2015), "Sentimentos Perdidos" (28.07.2015) - que faz referência sobre o tema, "Transformações do Sofrimento Psíquico com Christian Dunker" (02.08.2015) - que faz referência sobre o tema, "Misandria, mulheres que têm raiva de homem" (20.11.2015) - novamente levantando a questão de mulheres misândricas, que deveriam viver com os misóginos, por merecimento, "Viciados na Solidão" (23.11.2015) - que cita sobre misóginos. Então, hoje, ao acordar - como sempre faço, olho os e-mails e as mensagens de whatsapp, procurando por algo de minha família, em especial de minha mãe e meu pai e algumas poucas pessoas a quem admiro e considero saber logo o que enviaram para mim, além de minha irmã. No e-mail estava um aviso de um comentário sobre o post "Aos homens misóginos, a desesperança!", que, por causa desse comentário é que vim aqui abrir este novo post - que serve também como cronologia desse tema abordado no blog, e que vou expor todo o conteúdo escrito por uma mulher que foi casada com um misógino, e conseguiu se libertar, deixando um valioso legado de sua alforria, orientando a quem preciso for e de maneira direta como se posicionar diante um homem misógino. Segue seu comentário assinado anonimamente:
Fui casada com um misógino por 15 anos, e ele minou todas as áreas da minha vida, destruiu minha autoestima e absolutamente tudo que eu gostava de fazer parei por causa dele. A boa notícia é que consegui me libertar desse relacionamento que estava acabando comigo. Foi muito difícil a princípio, pq já estava dependente emocionalmente dele. Ele tentou me colocar medo, quando quis me separar, dizendo que (eu) não acharia apoio de ninguém, que não conseguiria pagar as contas sozinha... o misógino usa do dinheiro para tentar prender suas vítimas, no meu caso, o meu por diversas vezes tentou desmerecer meu trabalho, quase não me formava por causa dele, ele ficou muito agressivo próximo a época da minha formatura. Se alguém quer se separar de um misógino faça logo, não espere por absolutamente nada. Não diga a ele que vai separar, não dê a ele a chance de desistir e sentir-se culpada. Simplesmente separe, corte ligações com ele de todas as formas, ele vai usar de tudo e de todos para se reaproximar de vc. Se precisar se afaste temporariamente de pessoas que mantém contato com ele. O misógino vai usar dos amigos, parentes, de todos à sua volta pra tentar te atingir. Não espere bondade da parte dele, uma vez separada ele vai fazer todo o possível pra lhe ferir, desestabilizar e fazê-la sentir culpada. Vai tentar convencer aos outros que o problema é vc. Não se intimide, continue firme, não queira notícias dele. Vai ser difícil, uma vez que já estará fragilizada pelos anos de tortura no convívio desse monstro, monstro sim, são pessoas sem coração, sem empatia e se alimentam do sofrimento de suas vítimas. Uma vez separada, aos poucos vai conseguir ritimar sua vida, eu retomei e voltei a fazer coisas que gosto - e nem lembrava mais como era bom. Retome de onde parou antes de conhecê-lo, se for preciso recomece do zero, não tem problema, ruim mesmo é ficar em uma relação que te leva para trás. Vai ficar orgulhosa de si mesma quando perceber o quanto foi forte em conseguir sair de uma relação assim, pois muitas mulheres não conseguem. E vai sentir a alegria de pertencer a si mesma outra vez, e de ser livre. Espero voltar aqui pra contar detalhes dessa minha antiga relação, muitas mulheres poderão se identificar. Boa sorte e acreditem: vcs podem e podem muita coisa. Boa sorte
Com esse depoimento carregado de emoção dessa mulher guerreira, espero que outras mulheres repensem suas vidas, seus valores, seus objetivos e sonhos roubados, e partam para o ataque, para o tudo ou nada silenciosamente, firmes e inegociáveis de seus recomeços. Muitas se acovardam por medo, mas a maioria se silencia por causa da segurança financeira, vendem suas almas e vivem suas derrotas caladas, fracas e impotentes. Como ela bem disse, vocês podem, e podem muitas coisas. Será muito difícil, sim, mas a liberdade é um direito que vale a pena lutar.