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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 716.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Não julgue, não cobre e não compare.

14.01.20, Rodrigo Caldeira

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Há mais de 10 anos levanto a bandeira de uma tríade que tenho ensinado às pessoas amigas a seguir: Três pilares para iniciar um processo de reinvenção, a fim de tornar a vida mais leve e fechar as torneiras para a perda de energia diária. Quando era procurado para reinventar alguém, depois de muito conversar com a pessoa - geralmente mulheres - e localizar o mesmo problema em todas essas, propunha que, para continuarmos com os diálogos e a didática, a parte interessada teria que se comprometer em manter os três pilares em pé, sob risco de se perder em si e nos sentidos que passaria a vivenciar a partir de então. Não julgar ninguém, nem a si mesmo e nem a mim. Porque ao julgar alguém, estaria a parte julgadora se sobrepondo à outra, subjudando e se iludindo ser uma pessoa melhor, mais abastada e livre de mazelas diante da outra. Quem muito julga as pessoas sente raiva da vida, sente inveja do outro, sente dor pelo o que não possui e se cega de maldade por aquilo que nem é real. Ninguém é melhor do que ninguém e cada um para estar vivo hoje, com certeza enfrentou seus demônios e se abraçou com seus anjos nos trajetos, nas caminhadas da vida. Cada um usou a força que tinha para superar aflições, dores, e armadilhas impostas pela vida ao longo dessa jornada. Sofreu seus horrores e pouco viveu seus amores, mas está viva com pé de igualdade. Não existe uma parte estar mais viva do que a outra, porque a vida é uma só, tem um só peso, um só significado, que é o de poder respirar, pensar, agir, reagir, sorrir, chorar e sentir tudo e a todos. Viver é igual para o bom, o mal, o justo e o ímpio. A vida é igual para todos, da bactéria ao ser humano, deste para o elefante ou a cachalote, não há diferença. Então ninguém deve julgar outrem, mas mesmo assim julga, até eu que ensino sobre os pilares, porque sou humano e passível de falhas. Aliás, o julgamento é do ser humano, só cabe a esse ser inteligente esse comportamento, então não é bom julgar a ninguém, nem se tiver em posição de tal domínio. Se julgar alguém não é bom, imagine então julgando a si mesmo, porque o autojulgamento é pernicioso, é cruel e causa ferimentos internos profundos. Julgar a si mesmo gera culpa e a culpa é um veneno, do qual o autor do julgamento é quem estará se aniquilando gradativamente. Refletir-se, ficar instrospectivo e repensar seus atos, não é autojulgamento, mas se depreciar em prol de outras pessoas ou situações, é indigno. Ninguém é pior do que ninguém, porque a força que se tem é a que vai tirar essa pessoa do estado em que se encontra, é uma questão de tempo. Esse tempo não está marcado no relógio nem no calendário, mas é um intervalo até que o subconsciente da pessoa possa reinicializar em paz e se permitir tentar outra vez, só que de um jeito um pouco diferente, do que a tentativa anterior. Se colocar inferior a alguém, é medíocre, e isso não pode ser visto com bons olhos por ninguém. É vergonhoso se rebaixar para o outro e, ainda por cima, fazendo o papel de ser carrasco de si mesmo. Também não deve me julgar, porque, geralmente quem ensina já vem aprendendo em dobro o mesmo conceito por muito tempo, aplicando em si como cobaia e só então ensinando como se faz para se dar bem, e, principalmente, o que não se pode fazer, porque se dará mal. Julgar a quem se presta a ensinar é um erro, que não tem volta. Estraga a amizade, deteriora a confiança, subjuga o propósito e a pessoa perde a oportunidade de ser reinventada, fazendo com que os conceitos se percam e os valores desapareçam. Julgar a quem ensina é tão vil, quanto julgar a outrem, porque além de por em dúvida a qualidade exemplar de seu mentor, também despreza seu valor como aquela parte que se dispõe em ajudá-lo, quando poderia estar fazendo outras coisas, mas escolheu tirar um tempo de seus afazeres para resgatar aquele que precisa e pede auxílio. É estupidez julgar quem ensina. Não cobrar de si mesmo, porque ninguém está interessado em resultados de quem mal se mantém erguido em sua plena consciência e postura. Cobrar de si mesmo é ignorância, porque se a pessoa já não está conseguindo fazer o que seria para ser feito, ela mesma, então se cobrar é o mesmo que exigir de si por algo que sabe que não conseguirá fazer. É uma ilusão, é patético. Aos invés de cobrar a si mesma, a pessoa autora dessa cobrança precisa aceitar suas limitações, se recolher, descansar e ao voltar às atividades sentir-se melhor e mais calma para deixar a mente mais leve, mais livre e mais sóbria para ter novas ideias, enxergar outras saídas. Cobrar do outro também não dá, nem pensar. É querer da outra parte por algo que não está disponível para o momento. É estúpido cobrar do outro o que a sua limitação não permite. São tantas vertentes do pensamento para o funcionamento cerebral, que apontar para qual seria o motivo da outra parte estar falhando e tentar justificar a cobrança, já se acomete primeiramente do julgamento. Ao cobrar do outro por algo que si mesmo não conseguiria resolver é a prova de muita hipocrisia. O julgamento traz a cobrança e este se faz com comparações, que embaraçam a mente e sucumbe à depressão. Tampouco cobrar a mim, ou ao mentor, porque não se cobra por aquilo que nem se sabe o que é nem como funciona. Cobrar para ouvir cobrança é pífia, porque sabe que não conseguirá realizar, aumentando sua frustração ainda mais. E por fim, já dito anteriormente, a comparação de si com os outros, dos outros consigo e de si por si somente, dos outros comigo, ou com quem está conduzindo a quem necessita de ajuda, de reinvenção é um grande retrocesso. A comparação denigre, deprime, desonra, desmerece, adoenta, tira a força, apodrece e deprecia. A pessoa pode ter na outra um modelo de alcance ou o que não deve fazer para não sofrer de igual ou pior maneira, mas não pode se comparar à ela. Diante um dependente químico morimbundo, largado na sarjeta, de uma vida insignificante, totalmente dominado pelo vício, preso em miséria, sem forças para reagir não pode ser comparado com quem não tem vício químico nenhum, mas pode servir de parâmetro do que não se deve fazer para não acabar sucumbindo ao mesmo destino. Não se pode julgar nem cobrar do moribundo que reaja. Por isso a não comparação é um pilar forte e resistente. É uma estrutura psicológica e emocional que dignifica o ser humano e o faz evoluir. Pessoas que vivem comparando a si com as mazelas alheias estão ignorando a grandeza do que sabem, cegando-se para a beleza que a vida já tem proporcionado, desprezando a energia que está consigo. E as leis da vida cobram por cada ato descuidado e desprovido de prudência. A energia da vida não aceita desaforo, e tudo que é feito sem cautela sofrerá a sua taxa de devolução do que foi tirado dela. Assim, quando a pessoa que aponta em seus julgamentos, cobra por coisas ou ações inconcebíveis e se diverte comparando este com aquele sobrepujando suas qualidades às limitações de outros, está dizendo ao Universo que não teme a justiça da vida, mas não percebe o quanto sua própria está parada ou, simplesmente, andando em círculos. 

Constelações Sistêmicas Familiares

10.01.20, Rodrigo Caldeira

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Peregrinando uma vida inteira em busca de respostas, me vi em vários becos sem saída, ciladas sem socorro, prejuízos sem justiça. A resposta não vem como a gente pensa que poderia vir. Deus não cochicha em nossos ouvidos, até porque, quem somos nós para merecer tanta atenção do Criador? É se iludir demais, muito embora Deus esteja com você, comigo, com quem quer que seja, não devemos confundir-nos com aqueles que seguem uma vida em oblação e ensinamento da fé pela fé, na fé e com ela, sem nada querer em troca, por nada querer reconhecimento. Tudo o que acontece, ocorre em seu psiquê, isto é, que envolve alma, ego, mente e espírito de si e consigo. Para começar essa reflexão temos que entender o que é alma e o que é espírito. Temos em Hebreus 4:12 o seguinte: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. A alma é a vida que temos, é a energia simbiótica que está fusionada com o nosso corpo, é o que nos faz vivos. Já o espírito é a energia que vive fusionada com a alma, mas não sofre a simbiose, porque é etérica, está além do nosso alcance, num patamar de vivência quântica, nem perto de Deus, nem perto de nós, mas ligado em nós. Ego e mente também são duas coisas distintas, muito embora sejam simbióticas entre si. O ego é sua inteligência coordenante e a mente é todo o funcionamento racional, consciente e inconsciente de seu cérebro. Estando isso superficialmente entendido, podemos dizer que tudo o que acontece em sua volta e atinge, interfere ou influencia outras pessoas provém de sua mente, depois que seu ego coordena seus comandos racionais e reacionais, influenciando sua alma e creditando em seu espírito a consciência. A consciência é o sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior. É o sentido, é a percepção do todo, tendo a capacidade de discernir o certo do errado, o bom do mal, e com isso fazer as escolhas que desejar seguir e fazer. Então percebemos que somos como um planeta com estrelas, lua e asteroides circulando em nosso redor. Cada estrela que nos circula, bem como a lua, sofrem e causam influência neste planeta central, que é você, tal qual a lua influencia nas marés dos oceanos, no crescimento das plantas, nas estações climáticas, dentre outras. Cada corpo celeste, espacial, é a representação de uma pessoa, coisa, situação ou ação, que estimula, interfere, bloqueia, liberta, confunde ou colide com você, podendo abrir caminhos em sua vida, ou mesmo, prendendo você numa prisão sem forças para tentar escapar. Não deve-se confundir a Constelação Sistêmica Familiar com espiritualismo, porque uma coisa não tem nada, absolutamente nada a ver, com a outra. O campo formado é de energia sensorial de humano para humano vivo, e não sofre influência de entidades espirituais. Quem constela, isto é, estuda e opera uma constelação familiar é uma pessoal profissional psicóloga, não um médium ou algo do tipo. Estes operam em seus recintos voltados para a busca e interferência espiritual. E a constelação sistêmica familiar deve acontecer no meio psicológico, racional. Ao conseguirmos separar as coisas, percebemos que a energia sensorial cria um campo energético mental e todos aqueles que participar dessa constelação sistêmica familiar estarão propensos a se conectarem ao campo de energia ali criado. Nossa mente é a responsável por toda a conexão com outras mentes, e todos passam a agir em sintonia com essa energia. Então o constelador, que, como já disse, é um psicólogo ou uma pessoa com estudos voltados para a ciência desenvolvida por Bert Hellinger, pai da Constelação Sistêmica Familiar, escolhe pessoas aleatórias da platéia e as posiciona no campo energético já formado pela pessoa que irá constelar. Essa expressão significa que essa pessoa é aquela que quer fechar questões com o passado, de modo que sua vida possa seguir em frente, rumo ao futuro, através do presente, de forma independente abrangendo novas possibilidades das escolhas que serão feitas. Plateia vem do entendimento na Grécia antiga, onde os alunos dos filósofos se acomodavam sobre a relva nos planaltos, ou altiplanos, enquanto o mestre ensinava. Não se sentava em carteiras de salas de aulas, mas ao ar livre, a fim de estimular o pensamento livre em harmonia com a natureza. Nos platos, isto é, sobre a relva, no chão, à sombra das árvores os alunos se acomodavam para aprender com seus professores. Uma vez que as pessoas escolhidas aleatoriamente e alocadas no campo de energia mental ali criado, o psicólogo se aproxima de cada pessoa e em pensamento dá o comando sobre o que aquela pessoa irá representar para aquela que estará constelando a sua causa pessoal. Essa pessoa que estará constelando, isto é, estará permitindo com que sua mente se expanda e libere seus sentimentos, pensamentos e acessos a seu subconsciente, nós chamaremos de Planeta. E as pessoas trazidas da plateia, as chamaremos de estrelas, lua e asteroides. Estando todas essas pessoas posicionadas, temos uma constelação, literalmente formada. Durante a sessão, estritamente psicológica, e covardemente confundida com sessão psicológica mesclada com sessão espiritualista - o que é um absurdo absoluto, o psicólogo, ou constelador, apura suas observações profissionais em cada reação, de cada pessoa, a fim de perceber os movimentos, as expressões faciais, os sentimentos físicos de cada um, montando um quebra-cabeças complexo de entendimento consciente. Quando eu disse que a pessoa que irá constelar, queira fechar questões com o passado, não significa, de maneira alguma, que esteja sendo mencionado a influência de vidas passadas. Isso é ofensivo para a ciência desenvolvida por Bert Hellinger, pois, mais uma vez, afirmo que se trata de uma sessão extraordinariamente psicológica, e não espiritualista. Quem quiser resolver questões espiritualistas deverá ir para um lugar específico para isso, isto é, um centro espiritualista. O passado para a pessoa que está a constelar são seus entes familiares do passado, isto é, pais, avós, bisavós, tataravós, tetravós etc., que, ainda que já tenham falecido, se tratam de questões que vêm pelo DNA mental desde os primórdios familiares, até essa pessoa, que é passado de pessoa para pessoa, pelo DNA corporal. Nada que ultrapasse a barreira da sensatez científica e psicológica. Quando o constelador junta as peças do quebra-cabeças e consegue formar um entendimento para o que aconteceu na vida da pessoal que está constelando sua experiência pessoal, e íntima, ele começa a trazer cada pessoa que se movimenta nesse campo de energia, isto é, cada pessoa que estava na plateia, que foi escolhida de forma aleatória, que foi para o campo energético ao centro do lugar, que participa sem saber a quem representa, ou seja, sem saber se estaria representando o pai, a mãe, algum amigo, alguém de uma relação amorosa frustrada, ou mesmo uma cidade, dinheiro, viagem etc., para dar os comandos que influenciarão no psiquê da pessoa, representada como planeta. Esses comandos vão fechando pastas do DNA mental, curando feridas sentimentais, cortando ou bloqueando repetições de padrão, libertando e liberando sentimentos pessoais. Não são comandos espirituais, isso é invenção de moda, é querer tornar a ciência mistificada, e o misticismo como ciência. Uma coisa não se completa em outra. Após o fechamento dos comandos, o psicólogo libera as pessoas que participaram, as orientando para sair do campo de energia da pessoa que estava constelando sua causa própria, a fim de dissolver e dissipar a energia vinculada dessa pessoa (planeta). A constelação sistêmica familiar se diz por si só, como essas estrelas, lua e asteroide que circula um planeta e o influencia direta e indiretamente. Depois de todos dispensados dos movimentos sistêmicos, e voltando para seus lugares como expectadores, o psicólogo fecha as questões com a própria pessoa que estava a constelar e explica para a plateia o que aconteceu e o que foi feito para promover o fechamento das questões familiares dessa pessoa. Pronto, espero ter esclarecido, de maneira fácil o entendimento sobre essa bela ciência do ramo da psicologia.