Fidelidade dói.
Ser fiel não é para quem está se aventurando com alguém.
Vivemos um momento sui generis de nossas vidas, uma realidade absolutamente fora do contexto de normalidade, tudo é permitido ao mesmo tempo que nada é aceito com naturalidade, ainda que o antinatural apele para ser aceito com normalidade. É o progresso social, é o que faz a máquina da vida sair do lugar. Se não fossem esses absurdos, o mundo continuaria nos costumes milenares, dos primórdios da sociedade. Não teríamos novidades nas vestimentas, nos costumes, sequer nos aparelhos domésticos, carros e tampouco no conhecimento. Estaríamos patinando na superfície sólida e lisa do involutivo. Tudo seria igual no século XXI, tal qual como seria no século I ou XVI, com pouquíssimas e raras mudanças, melhor dizendo, adaptações. Todas as coisas desconfortáveis vieram para mudar o mundo, fazê-lo andar, evoluir. Se em 1800, no início do império de Napoleão, alguém chegasse com uma tela enorme mostrando o filme do Avatar, as pessoas iam enlouquecer, pior ainda se mostrasse um filme do Transformers ou do Jurassic Park. Ninguém ia conseguir assimilar aquilo, muitos iam morrer de infarto. Foram preciso mudanças de costumes sociais, para que as pessoas chegassem ao século XXI sabendo diferenciar um filme da realidade. Se alguém surgir do século XXX e mostrar algo para nós, ainda que seja a realidade de lá, não teremos a mesma reação de impacto e desespero, como teriam as pessoas dos anos 1.800, porque nossa mente está evoluída e adaptada para tais fenômenos fantásticos ou fantasiosos. Tal qual a sociedade evolui, as pessoas seguem a evolução através de tendências, modas, influências, interpretação da fé, cultura dentre outros. Neste vórtice evolutivo a humanidade se deteriora em comportamentos retrógrados, a evolução mental e psicológica não leva a todos na mesma crista da onda, pelo contrário, poucos são os que evoluem mentalmente, e menos ainda conseguem ascenção psicológica atuais. Muitos andam para trás, porque retroceder é mais fácil do que avançar, já que se conhece melhor o caminho já percorrido. Evoluir a mente não é pra todos, da mesma maneira que malhar o corpo. Não são todas as pessoas que conseguem definir o corpo perfeito, ter a bunda perfeita, seios, coxas, peitos, costas incrivelmente belos. Como não são todos que conseguem desenvolver o pensamento quântico ou mesmo a inteligência emocional ou racional. A teoria da evolução mudou, não sobrevive os mais fortes, mas os que melhor se adaptam ao novo. Contudo, a humanidade é conduzida por caminhos pífios de promiscuidade, vaidade excessiva, distúrbios sexuais, anomalias e aberrações voluntárias. A liberdade para tudo está tornando as mentes debéis e o psiquê desprestigiado. A hipocrisia está em todos os lugares, o sexo banalizado, o cortejo, o flerte hostilizado. O masculino romantizado e o feminino vulgarizado. Somente as mentes evoluídas construirão as novas páginas do futuro, para que essas pessoas involuídas nadem para sobreviverem ao inevitável. Homens estão em falta, mulheres estão sobrando. Homens pegando homens, mulheres pegando mulheres, e ainda assim, mulheres estão sobrando, desesperadas por companhia, formar família ou simplesmente serem felizes como são. Essas mulheres que construirão o futuro, que farão a máquina da evolução andar, juntamente com homens com semelhantes valores e consciência evolutiva. O resto se perderá pelo caminho. Novamente, o sexo está banalizado, a prostituição generalizada, e quando a mulher evoluída encontra seu semelhante, inicia-se uma nova fase de desafios, porque nessa vida nada é de graça, é necessário provar o merecimento, que depende de qualidades que irão refinar a qualidade do casal, principalmente no quesito fidelidade. A fidelidade dói, porque incomoda, dá nos nervos, principalmente porque a facilidade da diversão está em toda parte. A fidelidade não só dói, mas também causa desespero, já que as ameaças não são passivas, porém muito ativas e até mesmo invasivas. O casal que transcende a fidelidade se blinda, prospera e evolui a fases jamais alcançadas pelo resto derrotado voluntária ou involuntariamente. A dor da fidelidade vem para acontecer a triagem do joio e do trigo, lançando o casal para as próximas fases da conquista do novo, da evolução. Então vale muito mais a pena evoluir em fidelidade a quem se ama, do que inventar de pular a cerca, enquanto ninguém está vendo. É um comportamento de si consigo, uma vigília pelo certo e correto, sem esperar recompensas ou reconhecimento. Homem e mulher se tornam íntimos entre si, herméticos em seus propósitos e valores, principalmente se as partes ou uma das partes tiver uma beleza inquietante para a sociedade. Ser fiel dói, e dói muito, mas com o tempo se acostuma com a fidelidade, que tornará o casal íntimo e valente. É na fidelidade sem testemunhas, que o amor vence o ódio e a vida vence a morte.