Parece infarto, mas é esôfago!
Existe uma dor que surge do nada, uma dor tão intensa que faz você pensar que está tendo um infarto. Ela se manifesta exatamente atrás do coração, entre os pulmões, e se você desconhece a esofagite, entrará em desespero absoluto. O medo da morte se instalará em sua mente, e o pânico tomará conta do seu corpo. Sua boca começará a salivar como nunca, soluços virão a cada cinco segundos, e você perderá todas as forças, prostrando-se no chão, encostado na parede, esperando o coração parar de vez.
Se conseguir chegar a um hospital, será porque alguém o levou. Você não terá forças para sair sozinho, muito menos para dirigir, andar de bicicleta ou moto. Até vestir uma roupa se tornará uma tarefa impossível. As dores, que parecem de um infarto, serão tão intensas que nos primeiros dez minutos de sofrimento você já terá se entregado. A salivação será incessante, os soluços intermináveis, e sua fraqueza absoluta. Sua mente não encontrará razão para lutar contra isso, apenas se entregará e assistirá sua própria morte lentamente, enquanto ondas de dor indescritível o farão estremecer.
Essas dores vêm em ondas, como o mar. No início, são apenas pequenas pontadas no coração, mas em três segundos transformam-se em algo devastador: uma sensação de que uma espada de 80 centímetros atravessa seu peito, cortando coração e pulmões e saindo pelas costas. Nesse momento, você desejará nunca ter nascido. Seu cérebro não conseguirá reagir, sua inteligência emocional não existirá, e qualquer traço de fé ou coragem será apagado.
O ápice da dor chega, deixando você em desespero absoluto. Seu corpo tremerá incontrolavelmente: coluna, pescoço, braços, tudo fora de controle. Lágrimas escorrerão copiosamente de seus olhos, mas você não conseguirá chorar, pois faltará ar. A cabeça parecerá prestes a explodir, os olhos darão a sensação de que vão saltar do rosto, e enquanto tudo isso acontece, a saliva continuará jorrando, e os soluços esmagarão seu peito. Depois dos primeiros dez minutos, a esperança de sair vivo desaparecerá. Suas pernas não conseguirão sustentá-lo, seus braços não terão forças sequer para segurar um lenço.
Será como um naufrágio, onde todos os ocupantes do seu corpo o abandonam. Apenas o coração e os pulmões permanecem lutando. As ondas continuarão vindo, primeiro a cada 45 segundos, depois a cada três minutos, mas cada vez mais intensas. Você não acreditará que a dor possa piorar, mas ela piorará. A dignidade será perdida: suas forças desfalecerão, e sua bexiga se esvaziará ali mesmo, sem que você consiga reagir. Se tiver sorte, desmaiará, adormecerá quase morto por horas, até despertar confuso, sujo e perplexo por ainda estar vivo.
A mente demorará a processar o que aconteceu. O sentimento de solidão será esmagador. Mas você sobreviveu. E sobreviverá sempre que isso acontecer. Isso não é um castigo divino. Seu coração não falhou com você, pelo contrário, foi seu maior aliado. Mas tudo isso poderia ter sido evitado. Seu esôfago teve um espasmo, e a culpa foi sua.
O estresse acumulado, o hábito de comer alimentos pastosos ou de digestão lenta antes de dormir, como chocolate, queijo derretido, maçã, batata-frita, banana e ovos cozidos, foram os gatilhos para essa crise. Se você dormir com o estômago cheio desses alimentos, o esôfago entrará em colapso tentando expulsá-los, e a pior noite da sua vida começará.
Mas há uma solução. Quando os espasmos começarem, você deve comer. Sim, coma qualquer coisa: frutas, arroz, feijão, carne. Beba água ou suco. Forçe o esôfago a trabalhar e esquecer os fragmentos que o irritaram. Mastigue, engula, e aos poucos as dores cessarão.
Quando estiver em paz, não se deite imediatamente. Se for de madrugada, vá trabalhar, estudar, seguir com sua vida. E, acima de tudo, previna-se. Evite alimentos problemáticos à noite.
Essa é uma experiência pessoal, fruto de anos de observação. Desde meu primeiro ataque em 2000, levei anos para entender como combater os espasmos esofágicos. No início, a única solução era Rivotril para apagar. Mas a verdadeira solução estava na prevenção e na alimentação correta. Agora, sabendo o que fazer, você pode controlar essa condição. Pegue a visão!