Não que eu queira
Eu já disse para mim mesmo
Eu já deixei claro que não quero mais
Eu faço tudo direitinho para que não aconteça
Eu me sinto desgastado e fragilizado quando isso se repete
E já não sei o que fazer
E isso estraga meu ânimo
Destrói minha auto-estima (que já não está lá essas coisas)
Arregaça o meu dia, minha pouca alegria de viver
Será que por culpa do meu cérebro?
Como será que isso acontece?
Será que por influência de lá pra cá?
De onde vem tudo isso que é tão ruim?
Será que é porque sou mais fraco?
Por que isso não se vai logo de uma vez?
Só quero parar de sonhar com o ex amor
Deixá-lo livre para voar como planejou fazer outrora
Deixar-me livre para seguir meu caminho em paz
Só quero poder dormir e acordar sem mais sofrimento
Longe dessa tortura desgastante
Sempre está lá, isolada, triste, amargurada
Sempre estou perto, pesaroso, ansioso e com saudade
Ela sempre está silenciosa, quieta, muda, incerta
Eu estou sempre em movimento, observando seus sentimentos
Calada, me olha sem me olhar como quem diz venha, não fique, vá
E eu não sei como interpretar, mesmo dentro do sonho não sei como fazer
Tudo acontece dentro do silêncio, um clima morno-frio, inexpressivo, morto
Nunca ela está para mim, sempre estou por ela
Uma vez ela se achegou em meu peito e ficou, nunca me abraçou,
nunca me beijou
Hoje porém foi a primeira vez que ouvi a voz sair de sua boca
disse-me que estava triste e cansada de viver essa vida solitária, se sentia explorada por seus pais, seus familiares
Até que entrou um estranho e rompeu nosso flerte,
nosso princípio de conversa
tal estranho pegou-nos em nossa intimidade que há muito não existe mais
ela de calcinha e camisetinha na cama de solteiro ao lado da minha
eu sentado na cama de solteiro dela, próximo de sua boca, mas não para beijá-la e sim tentar escutá-la de tão baixinho que falava
Então ela olhou para o estranho, seguiu direto com seus olhos para mim (aquele olhar de "ops" que as esposas fazem aos seus maridos... o único momento de tantos sonhos em que me senti alguém próximo dela, do ninguém que eu sempre aparecia nos sonhos) se incomodou com o estranho, se virou, se cobriu, se levantou
Percebi que no lugar dos seus seios, sob a blusinha havia um peito de menina, sem seio ainda,
estranho vê-la como uma criança e não como mulher
mas sempre como uma pessoa distante, não alguém qualquer
E pus o estranho para fora do quarto do modo agressivo-educado
Para acordar pensativo, um pouco triste, melancólico, caído, cansado, exaurido, com saudades, distraído
Cá estou agora perturbado e destruído.
Vá ex amor, vá-te embora, voa para o alto, suma
Não deixe suas penas caírem sobre mim, não sinta pena
Da pena que sinto de mim, vá, me liberte sumindo
Me alivie do peso de sua existência
Morra nos meus sentimentos, faleça nos meus pensamentos
Eu só quero viver em paz
Vá ex amor, vou-me eu preciso ir e não olhar para trás.
Rodrigo Caldeira
Extremamente reflexivo, tentando entender a realidade que passou e a confusão que aconteceu. Imensamente introspectivo, sem saber se o que lembro é fantasia, se montei criativamente os cenários ou se realmente aconteceu e não consigo acreditar. Profundamente entristecido, pois já não sei se eu fui mais uma vítima de uma mente insana ou se eu fui a mente insana e o vilão de toda a história. Absolutamente confuso, preocupado com o meu racional, meu intelecto, moral e caráter. Será que sou eu quem faz o mal às pessoas?