Tempo de Deus ou seu tempo?

...então na verdade dizer que "é um tempo de Deus", estaria dizendo que "estou com medo e angustiado" para me relacionar com alguém, certo? Não seria isso uma camuflagem, isto é, uma fuga?
Em Eclesiastes, há um dado momento em que o rei Salomão reclama da condição humana de lançar tudo para Deus aquilo que não se quer fazer ou buscar compreender, e ele até cita assim: "- As pessoas se acostumaram a dizer que se algo não acontece, é porque Deus não quis. Se têm problemas, está nas mãos de Deus, mas ninguém procura fazer nada senão passar para Deus a responsabilidade que lhes coubessem."
Com base nessa reflexão eu, a partir desse dia que li a passagem na Bíblia, passei a tomar mais cuidado em não me acostumar a lançar a Deus todos os motivos para as coisas que eu estava deixando paradas em minha vida. Ou como bem disse René Descartes, Sapere aude!, ou seja, "Tem coragem para fazer uso da tua própria razão!". Como Voltaire e Montesquieu também chegaram à mesma conclusão. Segundo o filósofo estóico Epictetus (60 a 117 d.C) disse que "os homens se pertubam não pelas coisas, mas pela visão que têm delas". Salientou também sobre o amor ao próximo, "O sofrimento surge de tentar controlar o incontrolável, ou negligenciando o que estiver ao nosso alcance. Como parte da cidade universal que é o universo, os seres humanos têm o dever de cuidar de todos os outros seres humanos. A pessoa que segue esses preceitos vai alcançar a felicidade e paz de espírito." Nós não temos nenhum poder sobre as coisas externas, e para o bem que deveria ser o objeto de nossa busca sincera, encontra-se apenas dentro de nós mesmos. A determinação entre o que é bom e o que não é bom é feita pela capacidade de escolha (prohairesis). a prohairesis nos permite agir, e nos dá o tipo de liberdade que só os animais racionais têm. Ela é determinada pela nossa razão, que de todas as nossas faculdades vê e testa-se e tudo mais.