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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 716.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Andando em Círculos

30.07.15, RodrihMC

Tenho percebido que vivemos a vida de maneira tal, como se estivéssemos no meio das dunas de um deserto. Sem bússola, sem ventos, sem um referencial, uma direção que nos norteie para onde devemos seguir. Andando em círculos, vivendo o vivido nos instantes que se repetem de forma diferente. Falando as mesmas coisas, reclamando dos mesmos problemas, nos calando para as mesmas pessoas, apaixonando pelo mesmo tipo de sentimento autodestrutivo, ouvindo as mesmas músicas, com os mesmos hábitos alimentares, assistindo aos mesmos programas na TV, respondendo o whatsapp para o mesmo grupo, as mesmas dietas, os mesmos caminhos, as mesmas viagens etc. Reféns de um hábito dos primórdios da civilização, apego aos buracos nas montanhas, cavernas. Andamos em círculos e basta uma sensação nova ou um prazer diferente para nos acidentarmos. O gozo se for novo, não virá porque é desconhecido e o medo de senti-lo é maior do que a alegria de provocá-lo. Você não tem coragem de chegar no aeroporto e comprar a passagem aérea para o próximo destino aleatoriamente, nem de encher o tanque do carro e pegar a estrada para uma direção e parar somente quando o tanque secar. Você não arriscaria ler a Bíblia da página um até a sua última página sei lá qual seria. Não veria graça de tentar dominar algo indominável como andar de skate ou uma monocicleta. Talvez descer do carro ou do ônibus e pedir ao malabarista de semáforo para te ensinar como manter três bolinhas girando num círculo logo à sua frente. Nada disso, porque você está tão acostumado a olhar para seus rastros, que se esquece de olhar para frente ou para os lados. Teria vergonha, seria “pagar o mico”, o que as pessoas pensariam de você? Elas pensariam que você seria louco ou imaturo, talvez quisesse aparecer ou tirar onda com quem estivesse perto, olhando. Sim, é assim que pensa quem anda em círculos, ou... nem pensam mais; reagem. A vida tem uma complexidade imensa, oportunidades para que possamos ter um dia de cada vez num momento de cada vez, e o que fazemos é viver todos os dias de uma vez no dia de cada vez. Vivemos o passado mal resolvido no presente mal construído por um futuro mal entendido. Será que seria interessante reverter isso para vivermos um passado mal entendido no presente mal resolvido por um futuro mal construído? Isso mudaria tudo, porque o passado mal entendido não haveria outra coisa a fazer do que não entendê-lo mesmo. No presente mal resolvido nos motivaria resolver o que pudéssemos para minimizar o impacto na construção do futuro. Outra coisa que me chama a atenção é o quanto permitimos que pessoas andem em círculos dentro do nosso círculo, nos confundindo nossos rastros e nos fazendo andar em seus círculos. Isso não é viver o novo, mas é se perder no novo, porque ninguém vai a algum lugar sem saber para onde está indo e nem chega a um destino se não souber para onde quer ir, muito embora aconteçam desdobramentos que podem até tirar você desse deserto, ainda que te remeta a outro. E as pessoas morrem depois. Andam em círculo por toda a vida, e depois morrem. Penso que a vida nos pede mais, mas não muito, não o máximo, porém um pouco mais. Às vezes, não sempre, porque na ousadia de uma decisão pode-se mudar a rota dos rastros na areia e de repente se chega a algum lugar. Vi isso acontecer na vida de algumas pessoas das quais e de alguma forma influenciei. E observei os resultados, geralmente promissores ou inovadores, muito embora houvesse momentos de angústias, justamente porque tudo o que é novo incomoda e amedronta. Sair da zona de conforto é super desconfortável. Agora, depois de uma década observando comportamentos, vivenciando muitos deles eu posso assegurar que estamos todos andando em círculos. Mas quando saber que se está andando em linha reta ou saindo do círculo? É quando as coisas começam a fazer sentido, dar sentido, acontecer e realizar. É quando a vida muda e nessa mudança tudo muda, e passa a fazer sentido. Façamos, pois, sentido então!

 

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