Apenas um dia para a dor de Deus
Se crê ou não, você deveria compreender o valor disto.
A humanidade está dispersa e absorta para os valores do espírito, de tal modo que Deus nos dá 365 dias, às vezes 366, para vivermos todas as experiências da vida. Mas muitos de nós sequer Lho damos 1 único dia de contrição e silêncio em respeito à memória da morte de Cristo, que é senão o próprio Deus na sua trindade. Demos um ano inteiro para uma pandemia fraudada, nos recolhendo em contrição diária, deixamos a Terra em silêncio, ainda que forçados como escravos de um poder maior de controle armado e agressivo, porém, pelo dia da memória em que Deus sofreu sua maior dor, a humanidade vai se divertir como um feriado qualquer. A consciência do valor deste dia não existe, tal qual como a consciência de outros dias santos, como a Páscoa e o Natal, que se tornaram motivos para faturamento, diversão e futilidades. O que aconteceu diante do Templo, quando Jesus expulsou os cambistas e vendedores de animais, que ali estavam sendo comercializados, Ele demonstrou muita emoção e raiva (Mateus 21:12-13, Marcos 11:15-18, João 2:13-22). A analogia aos comerciantes na frente do Templo Santo está no comércio que gira em torno da Páscoa e do Natal. Para quem não entendeu ainda, os comerciantes estavam tornando o templo em um mercado barulhento (Lucas 19:46). Eles se aproveitavam dos peregrinos, vendendo os animais para os sacrifícios e trocando o dinheiro para o imposto do templo a preços muito altos. Os mercadores estavam roubando o povo dentro da casa de Deus. Naquele tempo, o sacrifício ou a imolação dos animais eram o costume para oferecer a Deus um sacrifício de adoração, e Cristo sabia disso. Acontece que quando se diz que Jesus era o Cordeiro de Deus, isso não significa que Jesus era manso e humilde de coração apenas, mas ele daria seu corpo para ser imolado, sacrificado e seu sangue seria derramado em sacrifício de adoração a Deus, cessando de uma vez por todas com a matança dos animais inocentes e consequentemente alcançando o perdão de Deus por todos os erros, desatinos, culpas e falhas humanos, tanto do passado, quanto do presente e do futuro da humanidade. Vários sacrifícios já foram feitos pelas iniquidades humanas, como o Grande Dilúvio, as 7 pragas do Egito, a destruição de Sodoma e Gomorra dentre tantas tragédias, a fim de expurgar tantas culpas e falhas humanas. Tudo isso cessou com o sangue derramado de Cristo e sua morte. Na morte de Jesus coisas bizarras aconteceram, como está escrito nos evangelhos sinóticos, que vários eventos sobrenaturais acompanharam toda a crucificação, incluindo uma escuridão global, que não era um eclipse solar, um terremoto que fez tremer os montes e montanhas e a ressurreição das pessoas que faleceram tementes a Deus. Jesus Cristo morre por volta das 15h de sexta-feira, no ano 33. Os Evangelhos coincidem que Jesus foi crucificado em uma sexta-feira, antes do sábado. A referência para a celebração da Páscoa em março deste ano, é porque a data é celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia, que ocorre depois do equinócio de outono, que, em 2025 será em 20 de abril. Voltando para o tema deste post, o derramamento e a imolação de Cristo deveria ser reconhecida por todos os povos, porém, somente os eleitos respeitarão esse dia único em oblação e contrição por seu sacrifício. Somente os pagãos sacrificam animais hoje em dia, ofertando o sangue de inocentes a espíritos perdidos do limbo ou das trevas. Cristo foi assassinado em sacrifício da humanidade, mas isso não incomoda quem não é eleito, afinal, num mundo de tantas vaidades e luxúrias, muitos escolhidos se perderão, como já estão se perdendo, mas no fim, no fim da vida de cada um de nós é quando não haverá mais o livre arbítrio, não caberá mais as desculpas furadas, as zombações, as ideologias, partidarismo, nada mais terá força maior e justa do que o julgamento final. Quem pensa que é só viver como quiser na Terra e depois tudo se renova, é ser muito refém da mediocridade e da hipocrisia. Nesta sexta-feira da Paixão de Cristo eu me silencio em mais de 80%, me mantenho numa alimentação extremamente pobre a pão e água, não me distraio com coisas divertidas, não como carne vermelha nem escuto músicas. O jejum na sexta-feira santa é uma tradição antiga, e é uma prática que os fiéis não deixaram de realizar porque lembrava e lembra, para os católicos, o derramamento do sangue de Cristo na cruz pela humanidade. Um único dia de silêncio quase absoluto, sem whatsapp, redes sociais ou filmes de entretenimento. Assisto apenas ao filme de Mel Gibson, A Paixão de Cristo em aramaico, legendado. E sigo assim até às 22h, indo me deitar para voltar ao dia normal no Sábado de Aleluia, que foi o dia da grande expectativa pela ressurreição de Cristo. Ninguém sabia se ia de fato ressuscitar como o próprio Cristo previu, apenas aqueles que tinham fé, e mesmo assim sentiam uma pontada de incredulidade. Entre a fé e a esperença, temos desse sentimento profundo o sábado de aleluia. Apenas um dia em respeito à dor de Deus, e se você sentir esse chamado, faça e viva esse dia de grande paz interior.