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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 716.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Catedral

05.08.11, RodrihMC

O deserto que atravessei, ninguém me viu passar

estranha e só nem pude ver, que o céu é maior... 

 

É assim que começo minha reflexão para uma das coisas mais importantes na vida de quem atravessa o deserto em sua vida. Todos nós temos nosso deserto para atravessar. Bem como Cristo que atravessou o deserto por 40 dias e 40 noites, todos nós temos que atravessar nossos desertos, aprender a viver com o mínimo e na recessão do conforto. A travessia de um deserto requer sabedoria, equilíbrio e ausência de vaidades. Também é necessário aumento de visão e audição, mas não é uma coisa física, mas sim sensorial espiritual e mental. Há muitas pessoas que já estão fazendo a travessia de seus desertos e nem se deram conta disso. Vivem se lamentando, frustradas, se culpando, se perdendo, andando em círculos e sofrendo à toa. Atravessar o deserto pode tanto ser sozinho como pode ser com alguém em sua vida. Quem está sozinho sofre, mas quem está com alguém e ama também sofre, porque o deserto é igual para todos, não há alívio e as areias refinadas ao sol do dia ou o frio gélido da noite faz com que a caminhada se torne dissaborosa. Muitos se perdem e nunca mais se encontram ou são reencontrados, porque deixam de sonhar. Quando você pára de sonhar, você está morto. E para não morrer é necessário caminhar, ainda que não seja o seu habitat, o deserto será a sua maior oportunidade de se reencontrar, aprender e se fortalecer no autoconhecimento.  

   

No deserto você precisa vivê-lo em toda a sua intensidade, sem medo de enfrentá-lo, conscientemente e com equilíbrio. Precisa saber ouvi-lo, percebê-lo e gostar dele. O deserto vai mostrar o caminho que você precisa seguir, mas isso acontecerá só quando você der para ele o valor merecido. Então é quando você precisa ativar sua percepção sensorial, como se você fosse um camundongo que só sai da toca à noite para comer grãos, insetos e restos de pele de algum outro bicho. Como um camundongo notívago você precisa ter sensibilidade sensorial, porque atravessar um curto espaço de areia, e de sua toca para algumas pedras precisará perceber além do que seus olhos alcançam, precisará sentir qual é a hora de correr e não ser pego por uma coruja ou uma víbora do deserto. Precisa estar em silêncio dentro de sua mente antes de agir. Seu espírito precisa ser como da coruja, tem que olhar do alto, ficar atento e sentir onde está o alimento lá embaixo, na toca ou nas pedras e planar, suavemente, silenciosamente, sorrateira e atenta. E tanto com a mente de um camundongo, quanto a mente de uma coruja a característica é a mesma, isto é, há de agir sabendo dos riscos de ganhar e de perder, sem medo de se pôr à disposição de experimentá-los. Darwin, o pai da teoria da evolução, disse certa vez que a evolução das espécies não se faz com aquele que é mais inteligente nem com aquele que é mais forte, mas com aquele que tem capacidade de se adaptar.

Se adaptar na travessia do seu deserto é um desafio do qual não vale a pena perder tamanha oportunidade. Só a o que ganhar. Mas você só ganha se souber perder. Ninguém ganha sem perder e mesmo que perca bastante, acredite, também estará ganhando. A inteligência emocional lhe convida para perceber (sensorial) os sinais que a vida lhe dá. A vida não é boazinha para você e sempre estará te testando. E o mundo não vai parar para você se recuperar. Quanto mais você se julgar uma pessoa de um determinado comportamento política e socialmente corretos, mais você chama a atenção da Vida para sobre suas ações e ela lhe vem sem piedade para testar sua opinião petrificada e imutável. E acredite, a Vida mudará a sua opinião de tal maneira que você aprenderá parar de julgar ainda que em sutis pensamentos. Quando você passa no teste da Vida, você não recebe nada, mas quando você não passa, quando você se permite cair na tentação de julgar e se sobrepor em conceitos sobre alguém, então o preço é cobrado e a paga é sempre muito dolorosa, parcelada e em longo prazo. Nunca, jamais você conseguirá pagar tudo por uma falta cometida. A vida é cruel nesse ponto e ela não vai poupar você a futuro de acertar as contas. É assim com todo mundo, e não será diferente com você. Por isso é necessário ficar atento para os sinais da vida. Ela emana os sinais para que você possa trilhar caminhos seguros e mais coerentes. Sair da trilha, tanto por inocência quanto por consciência é sempre uma insanidade. Mas você tem o direito de errar e sofrer o seu erro por muito tempo.  

Atravessar o deserto implica o momento que você está para se aperfeiçoar, evoluir, se tornar pleno quando a travessia acabar. Estando completo, preenchido, em paz e amadurecido você terá capacidade de acolher e perdoar, viver e amar, trabalhar em paz e até se divertir sem peso na consciência de coisas que você jamais pensou em aceitar ou vivenciá-las. E acredite, são as melhores dádivas num deserto, pois você não deve nada a ninguém, até porque não há ninguém com você senão você mesmo e seus fantasmas. O interessante é que até os fantasmas se cansam de te perseguir num deserto, então perceberá que o deserto é realmente um lugar muito interessante. Mas como fazer uma travessia? Quem é que atravessa deserto, isto é, que característica tem a pessoa que faz isso? A resposta é simples, senão óbvia. A resposta já dei e a característica é de qualquer pessoa que sofre a demora de um desfecho. Tanto pode ser quem se separou e está só como quem está com alguém mas está longe ou distante demais, mesmo que esteja ao lado e no dia a dia. Ambos esperam um desfecho, ambos precisam chegar a algum lugar, atravessar o deserto, chegar ao mar. Mas assim como Cristo foi tentado por satanás, você será tentado na travessia do seu deserto. A tentação sempre vai prejudicar você, autossabotar e denegrir o seu amor-próprio. Irá esvaziar você e fazer com que sinta nojo, pena e até se sentencie muitas vezes. Autossabotar é matar a si e aos que estão à sua volta, é eliminar a sua chance de se adaptar e tornar-se o seu atraso nessa viagem de provações. 

Existem oásis durante a travessia. Aproveite-os. Aproveite-os! Oásis poderão ser reconhecidos em pessoas, situações, acontecimentos inusitados. Pessoas que de repente, do nada, estão lá na sua areia, na sua duna, disponível para você numa situação tão sem pé nem cabeça que a melhor coisa a fazer é desfrutar de sua companhia, viver prazeres na oportunidade de algo mais e aprender com o outro, ainda que num curto período de tempo, pois certamente irá ganhar conhecimento para seguir sua viagem solitária. Não desperdice as chances que surgem nas areias do deserto, sua felicidade está em jogo. Lá, no oásis, você encontrará alimento, descanso e aprendizado. Aceite o bem. Quando tiver que se alimentar, alimente-se e não escolha o que quer comer, esse luxo não há no deserto. Se tiver que descansar, realmente se entregue para o prazer do descanso e do relaxamento, e por fim, abra seu campo sensorial, fortaleça seu espírito e desocupe sua mente para aprender com aquele efêmero momento de oportunidade conceitos novos, que serão ferramentas indispensáveis para você se reinventar. Não dispense os oásis que você encontrar pelo trajeto. Beba da água fresca, coma das tâmaras maduras, alimente-se dos gafanhotos saudáveis e descanse à sombra das tamareiras. Entenda que o oásis não é o lugar definitivo, não é seu ponto de chegada, mas será apenas seu alívio de momento, portanto saiba que quanto mais tempo você ficar nele, mais sua viagem poderá ser demorada. Se o oásis for representado numa pessoa que se torna sua boa companhia de momento, curta-a, sorria, se divirta, se entregue, mas não se apegue. Se permita para cada momento de aprendizado e alivie-se de suas crenças, coisas que tencionam e travam sua liberdade. Fazendo isso tornará sua caminhada menos sofrida, pelo menos enquanto estiver caminhando em seu deserto. E quanto tempo se fica num oásis? O tempo suficiente que preencha você. Estando consciente do que você busca, o tempo que você fica nos oásis pelo trajeto da sua travessia não são tempos perdidos, mas são tempos calculados na rota da viagem. Fazem parte do tempo de travessia. Torna-se saldo positivo, sempre.  

 

Não se negue às oportunidades que parecem desinteressantes em primeiro momento, é nessas ocasiões que você aprenderá alguma coisa importante para a sua viagem. Atravessar que o deserto não é uma travessia no seu autoconhecimento somente, mas também é fazer parte do aprendizado de outras pessoas, coisas e situações, e isso você aprende num oásis. Aprende algo simples e imperceptível às vezes, e logo mais adiante encontrará outro oásis ou apenas uma poça com água morna e salobra. Poderá encontrar alguém que esteja precisando aprender com você a pequena coisa, quase imperceptível que você aprendeu num oásis de outrora e seu ensinamento poderá fazer com que aquela pessoa desanimada diante de uma poça d'água quente e salobra, sem sombras de tamareiras, sem nada também aprenda alguma coisa, se conforte e reinvente sua caminhada. Será sua vez de retribuir a água fresca e a sombra, as tâmaras e os gafanhotos que alimentaram seu organismo e mantiveram você atento para a viagem. Então retribua, esforce-se, dê o que você precisa dar, faz o que estiver ao seu alcance e depois siga sua jornada sozinho. No deserto ninguém é melhor ou maior do que o outro viajante, todos são iguais, mas se você tiver humildade de dar e receber, então sua jornada será gratificante. Quando você estiver preenchido do que você precisa se preencher, sem julgar quem ensinou, sem evitar ou se excluir dos momentos de compensação, então a vida lhe dará a oportunidade para testar novamente suas novas habilidades. Quer você esteja nessa travessia separado de seu amor, seu trabalho, seus amigos ou seus pertences, quer você esteja com tudo isso e ainda esteja se sentindo sem nada ou limitado de viver a intensidade de tudo, e tenha fé, existe um propósito por trás de todas as coisas, porque nada acontece por acaso.

Não se negue às oportunidades que parecem desinteressantes em primeiro momento, é nessas ocasiões que você aprenderá alguma coisa importante para a sua viagem. Atravessar que o deserto não é uma travessia no seu autoconhecimento somente, mas também é fazer parte do aprendizado de outras pessoas, coisas e situações, e isso você aprende num oásis. Aprende algo simples e imperceptível às vezes, e logo mais adiante encontrará outro oásis ou apenas uma poça com água morna e salobra. Poderá encontrar alguém que esteja precisando aprender com você a pequena coisa, quase imperceptível que você aprendeu num oásis de outrora e seu ensinamento poderá fazer com que aquela pessoa desanimada diante de uma poça d'água quente e salobra, sem sombras de tamareiras, sem nada também aprenda alguma coisa, se conforte e reinvente sua caminhada. Será sua vez de retribuir a água fresca e a sombra, as tâmaras e os gafanhotos que alimentaram seu organismo e mantiveram você atento para a viagem. Então retribua, esforce-se, dê o que você precisa dar, faz o que estiver ao seu alcance e depois siga sua jornada sozinho. No deserto ninguém é melhor ou maior do que o outro viajante, todos são iguais, mas se você tiver humildade de dar e receber, então sua jornada será gratificante. Quando você estiver preenchido do que você precisa se preencher, sem julgar quem ensinou, sem evitar ou se excluir dos momentos de compensação, então a vida lhe dará a oportunidade para testar novamente suas novas habilidades. Quer você esteja nessa travessia separado de seu amor, seu trabalho, seus amigos ou seus pertences, quer você esteja com tudo isso e ainda esteja se sentindo sem nada ou limitado de viver a intensidade de tudo, e tenha fé, existe um propósito por trás de todas as coisas, porque nada acontece por acaso.

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