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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 1.306.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Sexo com múltiplos homens e a infelicidade da mulher

07.06.24, Rodrigo Caldeira

Este será o maior post de toda história deste blog, praticamente um livro, já aviso. Ainda em construção.

Desde 2012 venho falando, ensinando, conscientizando algumas mulheres, mais amigas do que desconhecidas, sobre alguns conceitos que, hoje em dia, está sendo muito falado nas redes sociais e até por acadêmicos. Relutei de trazer aqui por anos, porque é um conceito que traz à luz do conhecimento referências bíblicas e tradicionais indianas, japonesas e agora a ciência tá acordando pra vida para falar sobre isso. Por outro lado, com o avanço da prostituição infantil e de adolescentes - e me refiro mais às meninas, em tempos que a promiscuidade se tornou moda a ser seguida e a putaria se tornou cultural entre as jovens, graças à agenda política pró-aborto e pró-tudo-o-que-destrói-valores, temos também uma preocupação do futuro dessa gente sem futuro. Suicídios, auto-mutilação, vícios alcoólicos, cocaína, maconha e outras variantes, são a ponta do iceberg dos resultados dessa sexualização precoce, sem falar do câncer de colo de útero já tão comum nas mulheres de 30 anos, vindas de uma vida sexual ainda na pré-adolescência. Para toda ação existe uma reação (vide https://abrir.link/a-energia-da-vida), e como tal, temos reações para o novo caos que tomou conta das crianças e dos adolescentes soltos no mundo, sem base familiar de educação, de pais inimigos da doutrina de fé cristã, enfim, filhos e filhas de gente estúpida e irresponsável. Mas vamos ao que interessa, o assunto que trago é o "Sexo com múltiplos homens e a infelicidade da mulher", e para isso iremos falar de algo que já abordei aqui algumas vezes, que é sobre o DNA MENTAL. Para entender isso, primeiramente compreendamos o raciocínio disso. Neste caso, iremos abordar sobre o conceito do método terapêutico do alemão Bert Helinger, a constelação sistêmica ou familiar, “familienaufstellung”, no qual por meio de observações e estudos desenvolveu três leis sistêmicas, que são estruturas que contribuem para a harmonia, se forem respeitadas. Hellinger as nomeia de “ordens do amor” e assegura que são naturais e existem de modo instintivo e automático em qualquer um de nós. São elas a lei da hierarquia, do equilíbrio e do pertencimento. E ela pode ser aplicada nos mais diversos conflitos da existência humana. Em workshop onde acontece o tratamento de traumas originados no curso da vida de uma pessoa, trazendo desde seus ancestrais, pelo estudo da transgeracionalidade - e não estou me referindo de modo algum sobre vidas passadas, aqui não entra espiritismo, mas estou me referindo aos antepassados, pessoas que vieram antes de nós, os tataravós, bisavós, avós, pais e nós. Para que você possa estar lendo este post hoje, foi necessário que seus Heptavós optassem em ter filhos, e seus filhos, os Hexavós também. Os filhos destes, os Pentavós decidiram ter filhos, e seus filhos, os Tetravós (tataravós) também. A sua existência hoje foi graças a esses que quiseram ter filhos, os trisavós, e destes os bisavós, surgindo seus avós, depois seus pais e agora sim, a sua existência. Então considere esse exemplo, na historinha que vou contar. De praxe, meus textos são seguidos num só parágrafo, um estilo que adotei nem sei porquê, mas acredito que faz a leitura seguir um fluxo de absorção sem paradas. Por outro lado, acredito que se torna cansativo para algumas pessoas, enfim, hoje vou separar em parágrafos, talvez eu continue fazendo nos próximos, ou não. Bom, vamos à estorinha.

Considere que sua hexavó se chamasse Jacinta (...), você não faz ideia de quanto tempo seria isso né?! Ok, vamos com calma então. Para determinar o ano em que a hexavó viveu, pegando por base uma pessoa com 30 anos hoje, precisamos fazer algumas suposições sobre a idade média em que cada geração teve filhos. Geralmente, consideramos uma média de 25 a 30 anos por geração. Seja "G" a média de anos por geração. Para facilitar, vamos assumir que a média é de 30 anos por geração.

A hexavó está a seis gerações antes, sendo:

  1. A mãe: 30 anos atrás - 1994
  2. A avó: 60 anos atrás - 1964
  3. A bisavó:  90 anos atrás - 1934
  4. A trisavó: 120 anos atrás - 1904
  5. A tetravó: 150 anos atrás - 1874
  6. A pentavó: 180 anos atrás - 1844 e
  7. A hexavó: 210 anos atrás - 1814.

Há 214 anos sua hexavó, Jacinta, vivia na Itália, como uma adolescente feliz por ajudar seus pais (octavós - 1784) na colheita de frutas. Seu sonho era ter sua família, para poder brincar de ciranda com suas filhas e assim levar adiante o legado dos pais. Jacinta se casou e sua filha, Aurora (1844 - pentavó) vivia numa fazenda, onde sua mãe e seu pai plantavam uvas, sonhava em ter uma família para ensinar às suas filhas o ofício do plantio e da colheita de uvas bourbon. Aurora se casou e sua filha (1874 - tetravó), Harmênia, dominava o plantio, enxerto, colheita de uvas bourbon, inserindo no plantio as uvas merlot, sonhava em ter uma família e poder ensinar sobre as qualidades das uvas merlot e casou-se, tendo entre seus filhos, uma filha (1904 - trisavó), Efigênia, muito interessada no cultivo das uvas merlot. Essa menina cultivava as uvas bourbon e merlot para a fabricação de vinhos de qualidade, e em sua viagem à India trouxe uma muda de uva das vinículas de Maharashtra. Então casou-se com um inglês e tiveram filhos. Sua filha mais nova, (1934 - bisavó) Catherine, se interessou muito pelo ofício e aprendeu tudo sobre o cultivo das uvas. Com a 1ª Guerra Mundial, Efigênia havia se mudado para Zermatt, nos alpes suíços, onde recomeçara a vida com o cultivo das uvas de sua família, tendo lá Catherine, que se casou com um suíço famoso por dominar a arte dos metais e produzir canivetes precisos. Com a 2ª Guerra Mundial, Catherine, que sonhava em viver a felicidade na Suíça, aos 11 anos foi obrigada a deixar os campos de uvas, com a invasão dos alemães, e sua família entrou num navio para que pudesse se refugiar nas Américas. O navio que pegou atracou no porto de São Luís do Maranhão, e lá iniciaram uma nova vida com plantio de uvas. Efigênia viu sua vida sendo dilascerada, seu futuro e seus sonhos nos alpes suíços ficando cada vez mais distante. A vida no Brasil não era agradável, o calor era insuportável, insetos que nunca tinha visto, tudo era diferente. Sua filha Catherine se casou e teve Maria Catarina, (1964 - avó). Catherine vivia a vida como podia, mas guardava no coração a dor da mãe e a imensa vontade de voltar para a Itália e de lá chegar até a Suíça. Maria Catarina se casou e teve Eduarda, (1994 - mãe). Já não sabia sobre o cultivo de uvas, mal tomava vinho, viveu a vida como chefe de cozinha e administrava o melhor restaurante de São Luís do Maranhão. Casou-se e tem Beatriz, que com 11 anos vive em depressão, se automutila, toma remédios para ansiedade, aprendeu falar italiano sozinha, também aprendeu a falar romanche, idioma da Suíça. Não gosta de viver no Brasil, conversa na internet com meninas da Itália e da Suíça, se sente feliz em pensar no dia que irá embora do Brasil e viver na Itália, onde já tem muitos amigos pela internet. No apartamento onde mora se estende a bandeira da Itália e da Suíça, e tudo o que tem possui referências italianas ou suíças. Sua mãe nunca havia falado sobre esses lugares com Beatriz, nem sua avó. Esse passado estava esquecido, mas Beatriz manifestava muita vontade de ir embora para lá, se dizia pertencente daquele lugar, que nasceu no país errado e sabe que lá é onde quer viver e morrer. 

Então o que temos aqui nessa história? Temos uma sequência de eventos que ocorreram desde 1814 até 2024, e o que mais chama a atenção é como Beatriz manifestou as lembranças de sua trisavó, mas como, se desde sua bisavó não se falava mais sobre a vida na Itália, muito menos na Suíça? Trangeracionalidade. Sim, essa palavra consiste nos processos transmitidos de uma geração a outra, mantendo-se presentes ao longo da história familiar. Assim, diz respeito a padrões relacionais que se repetem, ainda que as pessoas envolvidas não percebam (Falcke & Wagner, 2005).

Vou ilustrar sobre a trangeracionalidade de maneira que você entenda o que estou falando. (continua)