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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 1.306.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Governo do Distrito Federal - É tempo de abusos.

30.12.24, Rodrigo Caldeira

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O escracho do descaso e do abuso do GDF contra seus cidadãos é tão arbitrário que atinge o inacreditável. Brasília tornou-se um antro de abusos de órgãos do Governo do Distrito Federal. Aqui, destacarei dois exemplos que parecem passar despercebidos, mas são profundamente sentidos.

A passividade do brasiliense é cultural. Basta observar situações cotidianas: aquela cliente que trava o caixa do mercado porque esqueceu de pesar a fruta, obrigando todos a esperar enquanto ela caminha a passos de tartaruga, ou a idosa "envergonhada" de exercer seu direito de atendimento prioritário, já que o caixa exclusivo está... fechado. Reclamar? É pedir para ser taxado como insensível, porque aqui quem se opõe ao abuso vira o vilão.

Esse mesmo espírito passivo é o terreno fértil em que o GDF planta seus abusos. Exemplos? Caos no trânsito. Em plena luz do dia, tratores e caminhões interrompem vias já congestionadas para tapar pequenos buracos no asfalto. O governador Ibaneis Rocha, aparentemente, ainda não notou que Brasília deixou de ser uma província com avenidas vazias. Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, obras são feitas à noite, para não prejudicar o fluxo diário. Mas aqui, é como se a lógica fosse outra: "Vamos atrapalhar, porque dá menos trabalho."

Não bastasse isso, temos o decadente "Na Hora". O que antes era um modelo de eficiência transformou-se no "Na Hora Que Der". O agendamento, adotado durante a pandemia, persiste como um entrave desnecessário, impondo barreiras absurdas. Primeiro, você precisa acessar um site confuso para tentar marcar um horário – o que, para idosos e pessoas sem familiaridade com a internet, já é uma missão impossível. Se conseguir agendar, enfrente fila, senha e espera.

E para os que não conseguem acessar o sistema online? A alternativa é ainda mais absurda: madrugar na porta do "Na Hora". Cidadãos chegam às 6h da manhã e aguardam em pé, enfrentando a espera até as 7h para tentar um encaixe de agendamento. Mas não basta deslocar-se até lá. Esse esforço inicial só garante uma senha para voltar mais tarde. Sim, é isso mesmo: você retorna, pega outra senha e, depois de mais espera, é finalmente atendido – se tiver sorte.

Enquanto isso, servidores que deveriam servir ao público encontram formas de não trabalhar. Alguns deixam seus "paletós" nas cadeiras e saem para "resolver assuntos pessoais". O sistema, que deveria facilitar, só atrapalha. Por que não simplesmente acabar com o agendamento e retornar ao atendimento direto?

Em 2025, talvez o governador perceba que Brasília não é seu reino de "Lemmings", onde cidadãos aceitam qualquer desmando. Talvez. Mas, conhecendo o histórico, é mais provável que a passividade continue a ser explorada, enquanto o caos reina – dia após dia.

Rodrigo Caldeira
Porque quem cala, consente.