O homem depois dos 40 anos
Há muito tempo eu venho resistindo à ideia de redigitar muitos dos textos que eu monto oriundos de muitas reflexões, porém os textos antigos têm a interferência de mágoas e frustrações pessoais nos convívios dissaborosos com companheiras cruéis, que faziam do meu passado um livro de páginas duras e sofridas. Apesar do objetivo do blog ser praticamente um livro digital baseado nas minhas experiências pessoais, em que eu fazia minhas reflexões de meus erros (ou dos erros alheios) e ensaiava novos conceitos, reinventando os velhos paradigmas, eu notei que algumas coisas acontecidas depois que exprimia minhas reflexões, misturadas com minhas pávidas frustrações, nas experiências do passado observei que sempre uma reflexão era feita com muita inspiração, muita energia emocional, mas estava calcada de experiências de um passado sofrido, na angústia das relações amorosas e dissaborosas que tive, ainda que tenha sobrevivido; e com isso sentia minha vida mais desconfortável. Esse desconforto provinha da sensação de que "havia feito justiça injustiçando alguém", é como se o meu "desabafo" me condenasse naquilo que não aprovo no outro, muito embora esteja também rejeitando o reflexo de mim. Se eu não gosto da forma como sou tratado não deveria gostar de julgar as pessoas que me fizeram tão mal. E ainda que eu sentisse a necessidade de alguma forma de justiça, esse reconhecimento não deverá vir de quem lê meus argúrios, e sim da Vida, de Deus. Se eu guardo minha dor para Deus, Ele deverá fazer a justiça certa no melhor tempo que aprouver. Se eu exalto minha dor para o mundo, todos lerão e dirão: "Coitado", mas nada acontecerá, porque ninguém tem o poder de curar aquilo que eu mesmo petrifico e impeço que mude dentro de mim, porque se eu não perdôo o mal que recebi estarei cimentando-o dentro de mim, como se eu estivesse cultivando um tumor e este vindo a eclodir se denuncia numa doença no meu organismo, me matando mais depressa. Entretanto, isso o que estou fazendo aqui é parte de um processo de libertação, porque até eu (e por que não eu?) mereço e quero ser feliz de novo, só que sei de uma grande verdade: preciso me perdoar e esquecer essas pessoas que me feriram ao longo da estrada da vida. Não é nada fácil. Isso tem acontecido porque eu permiti, pensei que conseguiria dominar esse escuro e pesado sentimento de sombras. Somos responsáveis por aquilo que cativamos, mesmo que sejam as pessoas devoradoras de nossa luz, nosso brilho e amor próprio, outrossim, nossa fé. Vou redigitar todos os meus posts antigos, enxarcados de dor e lágrimas, refazê-los um a um, relê-los, sem mudar o contexto, mas eliminando a sombra e encontrando um novo desfecho para o que eu preciso dizer, refletir e, quem sabe ajudar a quem realmente necessita de empoderamento. Mas sem a necessidade de apontamentos - o que será difícil em algumas circunstâncias, mas será um exercício de maturidade. E aquilo que não mais couber neste blog será descartado para nunca mais. Chamo de libertação, mas posso dizer também que se trata de maturidade. Queria, com este blog, vomitar minhas angústias e minhas decepções com o intuito de que as pessoas percebessem a maldade e a crueldade, principalmente das mulheres que amei e por elas me matei nas culpas e impotências que senti, assim as pessoas ficariam atentas para não cair no mesmo golpe da vida. Porém se o idealismo fosse interessante, a ideologia estaria errada, por mais que a intenção fosse mais ajudar do que desabafar, seria um risco que me faria sentir mais vazio e mais infeliz. Sim, porque eu mesmo releria minhas tristezas e esse veneno se renovaria dentro de mim constantemente, até que meu subconsciente aceitaria aquelas dores como um dogma para minha vida, me transformando num ímã que atrairia novas relações pequenas, vazias e limitadas de amor, infiéis e egoístas. Hoje eu vejo o quanto mal fiz a mim mesmo com esse blog do jeito que o comecei, mas agora posso refazer com um novo propósito: o de libertar outras pessoas, sobretudo a mim também. Sei que muitas pessoas já foram e continuam sendo guiadas positivamente por esse blog, muitas se permitem ser resgatadas de si mesmas e até já conseguiram melhorar, se libertar com minhas reflexões. Agora que posso ver, posso também apontar melhor para uma saída... a começar de mim mesmo.
Em: 1º de Maio 2014, 05:20:16
Revisado em: 16 de Fevereiro 2015, 20:49:12
De 16/02/2015 - Revisando.
De 20/11/2015 - Revendo e postando.
A difícil tarefa de começar um namoro depois dos quarenta anos
Pois´é, não é fácil. Quando você não tem experiência de vida, tampouco maturidade e conhecimento de causa a paixão fica difícil de ser trabalhada numa relação afetuosa e compartilhada com alguém, geralmente tão imaturo quanto você. Em tempos de uma vida jovem, aparentemente mais novo com bons cabelos na cabeça e um rosto macio se consegue não somente uma pessoa muito bela, mas também um relacionamento interessante. A família, a sociedade e o mundo ao seu redor aceita e apóia sua iniciativa. Mas o tempo para esses novatos passa e geralmente a relação, que começou quando a aparência jovial brilhava mais do que as atitudes maduras pudessem validar as atitudes vêm a confusão e o despertar para os erros. Ainda que eu apóie e acredite piamente na união de um homem de 40 anos com uma mulher de vinte e poucos anos - sabendo que me acharia suspeito demais, a mulher extremamente mais nova tem qualidades que com o passar do tempo vão se perdendo, a menos que ela mantenha o distanciamento de 20 anos de diferença entre ela e seu pretendente, seria quase ideal que as uniões fossem dessa forma, porque a partir dos 40 o homem está apto a exercer o papel de cúmplice de sua companheira, está num grau de maturidade plena, não convícta, em que a moça - que sempre amadurece mais cedo, conseguirá acompanhar sem dificuldades. Depois dos 40 anos temos mais paciência para muitos chiliques da amada, compreendemos sua TPM melhor do que os especialistas, somos mais gulosos e curiosos tanto quanto éramos na idade dela ou aos trinta. Temos mais interesse numa vida saudável, alimentação de qualidade e programas mais interessantes. Nosso diálogo se torna quase um momento único literário. Depois dos 40 anos estamos mais capacitados para cuidar de alguém, expressamos melhor nossos sentimentos e exigimos mais qualidade de relacionamento, principalmente com a família da moça. É depois dos 40 que deixamos a vontade de querer aparecer para a sociedade a fim de mostrar que somos os machões, queremos um relacionamento tranquilo e cheio de atitudes mais entre casal, do que entre amigos. Se a garota falar de casamento, união, juntar as escovas ou de assumir a relação, a reação é branda e sem alardes para não desmotivá-la, muito embora estejamos blefando para não gerar um conflito maior. E ela nem reage à flor da pele depois, porque sabe que é dela essa coisa de sonhar antecipadamente, mas que nós sempre pensaremos em nosso silêncio depois. Não temos vergonha de muita coisa, como tínhamos com vinte ou trinta. Se não aguentamos um certo pique, então falamos, e na próxima oportunidade surpreendemos bem preparados. As músicas passam a ter mais sentido e suas letras significados importantes, o romantismo é moderado à medid que ela for pedindo mais atenção. Ter uma Ferrari não é mais a máquina dos sonhos, mas ter duas bikes ou mesmo um play station para jogar com ela se torna muito mais convidativo... sempre ganhamos! No sexo somos campeões de fôlego e fome. Não fazemos como os garotos de vinte e trinta, que ficam pouco na boca, se dedicam um pouco no peito e botam todo o potencial trepando, como se o mundo fosse acabar nos próximos minutos. Depois dos 40 transamos com qualidade, sabendo o que buscamos e o que queremos, somos mais curiosos e muito mais safados. O gozo feminino é questão de honra e de alguma maneira ele será alcançado nela. Depois dos 40 queremos cozinhar para ela (e para nós principalmente, já que a fome não dá para esperar com que ela leia a receita, linha a linha, parágrafo. Sabemos os macetes de muitas comidas rápidas e se sai uma gororoba não sentimos acanhados, pelo contrário, nos deliciamos com o sabor, já que a beleza do prato deixou a desejar. E geralmente a companheira entra no jogo e se diverte com o prato estranho. É depois dos 40 que não medimos esforços para nada e se tiver ao alcance com facilidade, levantar de madrugada em meio à uma insônia da sua parceira e chamá-la para ir no mercado comprar besteiras é só uma questão de oportunidade. A vida começa para quem começa cedo, mas o casal novo e ainda imaturo perde o melhor de seus investimentos amorosos numa fase em que deveriam viver mais suas vidas pessoais, se divertirem mais, pois essa fase passa precocemente, quando se vê já aconteceu, passou. Ninguém precisa viver de uma aparência social politicamente correta. As moças se deixam levar na fantasia de uma relação conjugal mais ao pé da letra, sustentando projeções utópicas e lisonjeiras herdadas pela própria crença de uma família estacionada no tempo, com uma cultura engessada, onde a realização afetiva e pessoal estaria em segundo plano, já que antes desta a realização social, isto é, um casamento são e salvo, sólido e feliz acontecesse, o valor primordial seria que a união aparentasse felicidade e segurança financeira. Mas não é esse o valor que se tem depois dos 40. O objetivo é uma vida plena, tranquila, mesmo que turbulenta pelo trabalho e estudos. O que se busca é a minima puxação de saco de familiares sem noção, e a máxima alegria de viver com alguém legal e interessante. E realmente os opostos se atraem, a parte mais nova com a parte mais velha, madura. São partes que se completam, pois uma já descobriu o quanto a chuva pode molhar e com isso proteger a parte menos experiente e mais nova de muitas tempestades. Essa conclusão de que os opostos se atraem não tem nada a ver com gostos, nem com atrações. Obviamente não tem como a moça gostar de Code Play e querer que ela se adeque com um homem que goste de sertanejo universitário ou pagode, tampouco é possível que um homem inteligente e que goste de falar bem se envolva em harmonia com uma mulher que faz uso de gírias e diga um monte de palavrões. Isso é impossível, não tem como acontecer, não é esse oposto que atrai. Sendo a mulher bem mais jovem e o homem mais velho já há uma chance de a relação dar certo para ambos, porque se ela na jovialidade que possui se sentir segura e guiada na maturidade daquele, então ambos se completam e tem um no outro a juventude e a maturidade num só momento de vida, porque ela precisa de sua energia juvenil para viver suas descobertas, no entanto, também poderá viver melhor as novidades da vida com a maturidade dele. O homem necessita de sua maturidade pela idade que possui, uma idade maior do que a desta mulher, e terá em sua jovialidade a dose certa para que ele não envelheça mentalmente. Se mantendo jovem mentalmente, seu corpo e todo seu organismo rejuvenesce junto. Pode acontecer o contrário, de a mulher mais nova ser muito madura para sua idade dado ao meio em que foi criada e as exigências que lhe foram feitas na educação familiar, e o sujeito, ainda que mais velho, ser mais jovem, um tanto imaturo. São opostos que se atraem. Isso é tão claro, tão certo, tão óbvio, mas as pessoas, isto é, as famílias estão focadas nas aparências. Não é assim que a banda toca, é muito diferente disso. Não deveria ser culturalmente correto uma pessoa inexperiente casar-se com outra de igual imaturidade. Infelizmente o conceito atrofiado de gestão familiar demanda maior aceitação para que casais incompatíveis sejam formados, e não são só pelas aparências fisionômicas, mas também sociais, financeiras e familiares. Muita coisa muda no decorrer dos anos! Aquele jovem namorado novinho, saradinho se revela no futuro uma espécie de ogro, inchado e pesado, ou mesmo um galã de cabelos ousados e espetados se tornam calvos ou totalmente carecas. Um retrocesso daquilo que foi buscado primeiro, então diz-se que ama, quando muitas vezes tolera, suporta, se anula como se o casamento deixasse de ser algo intensamente saboroso e se tornasse um cálice de mel com fel diário. Tal qual o jovem galã se transforma em algo nada atraente, a sua companheira, descompensada daquilo que é imposta a aceitar dele, passa a se desleixar ficando um casal estranho. E ela se larga porque ele não pode falar nada, já que a iniciativa de ser largado partiria dele. E como já vi casais frustrados, dá até pena. Vi amigos da adolescência e juventude, que eram lindos, verdadeiros galãs de novela e dez, quinze anos depois mal os reconheci nos caminhos da vida. Uns cabeludos totalmente carecas, outros sarados imensamente pesados, meninas lindas numa juventude e imensas ou desgastadas na maturidade, muitas vezes fisicamente também. Casais que eram modelo de juventude para tantos e que, por mais que estejam juntos, hoje se toleram, nem digo que se amam, mas estão juntos mantendo em comum acordo aparências até para eles mesmos, pela total falta de coragem de se inovar, se reinventar. E não digo que devam se separar, não mesmo, mas que se recriem, ponham a mão na consciência e se esforcem juntos para trazer o colorido de volta. Claro que para tudo existem exceções, mas num universo de milhares pode-se tirar pouquíssimas dezenas, quase apenas unidades de casais que se formaram ambos novos, imaturos, mas que se desenvolveram física, intelectual e comportamental de modo que depois de um tempo se mantiveram como sempre foram. É uma raridade e cada vez mais difícil de encontrar. A relação conjugal tem que acontecer sem pressa de fazer tudo correndo, sem a neura da necessidade de ostentar uma grande cerimônia com uma festa de novela, ou mesmo a necessidade de que para assumir a vida a dois precisa mostrar que sua reputação se prova no fato de entrar na igreja solteira e sair casada, porque ninguém, em momento algum e em nenhum tempo futuro lembrará do valor disso nem da festa dada, tampouco das músicas ou da decoração escolhidas com tanto cuidado, pagas com tanto sacrifício. Pura pressa inútil e em vão. A união de amor deveria ser tanto da parte mais nova com a mais madura, como a união deveria acontecer primeiramente num juntar de escovas de dentes, depois um casamento civil, só a nível cartorial, sem festas, sem chamar a atenção, como já é feito no namoro - por isso namoros costumam dar mais certo do que noivados e casamentos, porque quando ninguém fica sabendo, o casal sofre menos atenção social e familiar, menos inveja e menos cobrança. Quando se noiva e sai mostrando pra todo mundo, a pressão aumenta, cria-se expectativa e a cobrança do tipo: "então, quando sai o casamento?", isso é desgastante e estraga muito da beleza do sentimento que está sendo construído. Depois que se casa no mesmo estilo do noivado, chamando pessoas e anunciando a novidades, a pressão aumenta novamente na legítima e insuportável pergunta: "então, quando vêm os filhos?". Mas se o casal tem uma postura de manter a relação discreta e estritamente voltada entre si evitam essa carga negativa e pesada. Uma relação para tornar um casamento realizado com cerimônia religiosa e social, com direito a festas e muita música deveria, na minha humilde experiência, acontecer depois que o casal morasse e convivesse entre si, juntos, por um ou dois anos e sem fazer filhos. Seria uma extensão do namoro, mas com foco no amadurecimento de sentimentos, no aprendizado dos dois com o respeito pelo espaço do outro, ao mesmo tempo a aceitação e aprimoramento da busca pelo melhor que cada um poderia dar. Cerimônias de casamento feitas para mostrar à sociedade uma aparência atrairá o mesmo tipo de gente que estará ali por aparência também, além de uma quantidade de pessoas estarem presentes para desejar que você seja muito infeliz na sua relação conjugal, porque a inveja é um mal destruidor. Não sou contra fazer uma linda festa, pomposa e bem farta. Sou contra fazer isso num momento em que não há a experiência de vida juntos. É muito vacilo fazer isso, é uma loteria cara e desnecessária. A sociedade está pouco se importando para as decisões do casal, suas brigas e acertos, separações e conciliações. Se ambos resolverem não fazer cerimônia nem festa, o mundo não acabará, nem a cara do casal sairá nos jornais no dia seguinte, tampouco deixarão de ser amigos, porque a sociedade é como aqueles colegas de faculdade, se você está na sala de aula conversa-se algum assunto e até dá risada, mas se você não estiver, nem falta fará. É assim a sociedade que vai à uma cerimônia de casamento. Vão para procurar defeitos e comentar depois. Vão para comer e beber de graça na festa. Hipocrisia de quem gasta bancando a situação, e de quem vai como se importasse de fato pela felicidade alheia. Findou a festa é cada um por si, além das despesas remanescentes para o casal, somente. E é depois dos 40 anos que o homem estará preparado para conduzir a amada pela vida plena de atitudes simples e inteligentes. Mas o que tenho visto é que a questão é cultural e a ilusão é grande, generalizada. As mulheres de vinte e poucos anos vivem batendo cabeça com garotões despreparados e imaturos, abrindo mão de oportunidades de uma verdadeira felicidade com um homem bem mais velho e solteiro. E o engraçado é que quando essas mesmas mulheres tão novas não a muito tempo já estão com 30, 35 anos. Sozinhas de tanto desperdiçar oportunidades e momentos iniciam uma correria contra o tempo e se permitem mais aos homens mais velhos. Daí acontece o óbvio, elas assustam e isso os repelem. Se tornam tão entregues na imensa vontade de encontrar alguém logo, pois já estão ficando pra titia acabam se envolvendo com caras indigestos e literalmente mal criados. Se tornam infelizes e ficam à mercê da sorte de um cara legal aceitar a ideia de se envolver com elas. O site Badoo está cheio de mulheres assim, e outros sites são seu reflexo. E as mais novas repetem o mesmo erros das que agora são mais velhas. E isso não pára, por pura falta de usar o cérebro para pensar e perceber a estratégia da vida. Biblicamente falando, José de Arimatéia com aproximadamente quarenta anos casou-se com Maria de Nazaré nos seus 14 a 16 anos, considerando que a expectativa de vida de um homem naquele tempo era de 55 anos. A humanidade sempre seguiu esse conceito, mas a modernidade ditou suas regras e não é de surpreender que atualmente há tantos divórcios.