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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 1.306.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Palavras erradas levam a conflitos certos.

10.04.25, Rodrigo Caldeira

Recentemente tenho visto propagandas nos outdoors da cidade que vivo, divulgando o conceito de "machismo", como algo violento, agressivo, invasivo e criminoso. Tanto a mídia como os políticos estão levando à distorção das palavras, a fim de confundir a mente da população e denegrir o conceito do que realmente existe sobre cada termo. 

Quando se tem um ataque constante e permanente contra a masculinidade do homem, uma castração moral direciona o masculino a becos sombrios de interpretações e narrativas injustas e perigosas. Como é o que acontece com o termo "machismo" e "feminismo", cuja qualidade do significado dessas palavras deveria ser considerada como muito bonita e construtiva. 

A palavra machismo nem sempre teve esses significados. No século XV, portugueses e espanhóis usavam a palavra para descrever comportamentos masculinos, diz o psicólogo Frederick Leong da Universidade do Estado de Michigan, no livro Enciclopédia do Aconselhamento. Não existem estudos que apontem a utilização do termo antes desse período. Os habitantes da península ibérica e seus descendentes utilizavam a palavra de forma neutra, sem denominar uma realidade de opressão política ou social.  Foi a partir dos estudos feministas realizados pela autora Evelyn Paniagua Stevens, em meados do século XX, que o termo passou a ter uma conotação negativa. O novo sentido foi adotado pelo movimento feminista. 

Hoje não se encontra no Google ou em qualquer buscador, principalmente promovido por I.A uma definição sobre o que significa "machismo", sem que essa palavra seja desconstruída e definida como significado opressor e agressivo.

O que temos, na verdade, sobre o comportamento masculino em detrimento ao feminino, opressivo, agressivo e persecutório se referem à misoginia. Então, no lugar de definir tais adjetivos malignos à palavra "machismo", devesse trocar por "misógino". 

Misoginia é o ódio, desprezo, preconceito ou aversão às mulheres ou meninas. A palavra vem do grego miseó, que significa "ódio", e gyné, que significa "mulher". A própria etimologia da palavra Misoginia traz o seu real significado, enquanto a etimologia da palavra "machismo", sem a ideologia atual, temos tem origem latina e é composta pela palavra "macho" e pelo sufixo "-ismo, que, por sua vez este sufixo se refere ao conjunto das ideologias presentes na sociedade, como, por exemplo, "alcoolismo" e "tabagismo". 

O sufixo -ismo tem origem no grego antigo -ismos (ίσμος), que passou para o latim como -ismus. Ele é usado para indicar: Uma prática ou hábito (como em "altruísmo" ou "ateísmo"). Um sistema, doutrina ou ideologia (como em "socialismo"). Uma condição ou patologia (como em "alcoholismo", que em português virou "alcoolismo").

 

Em "alcool + ismo" temos o conjunto de ideologias presentes na sociedade para pessoas que consomem o álcool, seja no vinho, na cerveja, na vodca ou uísque, por exemplo, a premissa de que o consumo de bebidas alcoólicas está associado a felicidade, honestidade, amor e acessibilidade é amplamente explorada nas propagandas de bebidas alcoólicas. Essas campanhas frequentemente utilizam estratégias persuasivas que se apoiam em valores aspiracionais e sociais para construir um vínculo positivo com o público. Fomentam um reforço de estereótipos e crenças culturais, as propagandas frequentemente romantizam o consumo de álcool, retratando-o como uma prática associada a celebrações, amizades genuínas, romance e descontração. Elas reforçam a fantasia de que o álcool é uma "porta de entrada" para emoções positivas e conexões humanas, sem abordar adequadamente os riscos associados ao consumo. No marketing emocional muitas campanhas associam o consumo de álcool a momentos de felicidade e sucesso, criando a impressão de que beber é um meio legítimo de alcançar satisfação pessoal e aceitação social. As imagens de pessoas jovens, bonitas e bem-sucedidas são usadas para construir uma narrativa de que o álcool é parte de um estilo de vida desejável. 

O silenciamento dos efeitos negativos é feito de modo a ocultar os perigos do consumo excessivo, como dependência, acidentes, problemas de saúde mental e física, e impacto em relações pessoais, raramente são mencionados nas propagandas. O desequilíbrio na narrativa pode criar uma percepção distorcida no público, especialmente entre jovens e consumidores vulneráveis. A influência no inconsciente coletivo com a repetição constante dessa mensagem em campanhas publicitárias contribui para a normalização e idealização do álcool, enraizando a ideia de que o consumo é intrinsecamente positivo e socialmente necessário.

Tabaco + -ismo forma "tabagismo", indicando a prática ou hábito de consumir tabaco, especialmente de maneira crônica e prejudicial. Com o tempo, o termo passou a ser associado também à condição de dependência química da nicotina.