Prostituição 2.0 - Crescente e pujante.
Desde o alvorecer do novo milênio, um silencioso e devastador fenômeno cultural tem se alastrado como um veneno invisível. Jovens moças, muitas ainda na adolescência, estão sendo tragadas por uma correnteza de promiscuidade, que se disfarça de liberdade e empoderamento, mas que, na verdade, as aprisiona em uma realidade de desamparo espiritual e emocional. Esse cenário não é fruto do acaso, mas o resultado de uma engenhosa e calculada desconstrução de valores que, outrora, sustentavam a dignidade humana e a organização familiar.
A cultura de que “Deus não existe” e que “o inferno é aqui” tem encontrado terreno fértil nas mentes das novas gerações. Esse dogma silencioso e corrosivo promove a ideia de que todas as atitudes, por mais degradantes que sejam, são aceitáveis, contanto que tragam prazer ou satisfação imediata. É como se um vazio existencial tivesse se instalado, e o mercado cultural, em sua sanha por lucro, soubesse exatamente como preenchê-lo com narrativas que glorificam a autossatisfação acima de qualquer outro valor.
Jovens, ainda em formação, são bombardeados por mensagens subliminares e explícitas vindas de todos os lados. Na música, letras que outrora traziam mensagens de amor e reflexão agora exortam a devassidão. A mídia, em vez de educar e inspirar, estimula uma visão hedonista da vida, na qual o corpo é apenas uma moeda de troca. Redes sociais como TikTok e Instagram tornaram-se vitrines de uma geração que se desnudou tanto no sentido físico quanto no espiritual.
Meninas tão jovens quanto 12 ou 13 anos já começam a ser doutrinadas para acreditar que o sucesso e a felicidade residem em sua capacidade de atrair atenção, de explorar a sexualidade como um meio de conquista. Essas meninas transformam-se em mulheres que, mais tarde, veem no corpo uma ferramenta de subsistência, sejam como "sugar babies", "serial-daters" ou criadoras de conteúdo “erótico” nas plataformas digitais. A linha entre a liberdade de escolha e a exploração pessoal se desfaz, deixando-as vulneráveis a relações abusivas, à objetificação e a uma vida marcada pela instabilidade emocional.
O impacto é brutal. Ao abandonar as bases morais que as protegiam, essas jovens frequentemente enfrentam conseqüências devastadoras. Relacionamentos baseados em interesse financeiro levam a frustrações profundas, porque o que deveria ser um vínculo humano autêntico torna-se uma transação fria e calculada. Famílias desestruturadas, desconfianças incessantes, violência e solidão são algumas das heranças dessa promiscuidade mascarada de modernidade.
O vazio de referências espirituais não apenas alimenta essa degradação, mas também aprofunda o abismo. Sem a presença de um Deus, ou ao menos a crença em algo maior que transcenda o efêmero, muitas dessas jovens são levadas a acreditar que não há consequência às escolhas que fazem hoje. "O inferno é aqui", dizem, enquanto mergulham mais fundo em um ciclo de prazeres temporários e consequências permanentes. Esse tipo de narrativa reforça a ideia de que a existência humana é apenas uma coleção de experiências sensoriais, ignorando o aspecto espiritual e emocional que nos torna plenos.
E não é apenas a juventude que sofre. Pais e mães, muitas vezes doutrinados pela mesma cultura de devassidão, falham em ser um pilar para seus filhos. Alguns fecham os olhos para o comportamento das filhas, outros incentivam, ainda que de forma implícita, acreditando que estão apenas apoiando "a liberdade". Essa falta de direção familiar cria um ciclo interminável, no qual cada nova geração está ainda mais distante de encontrar significado e propósito em suas vidas.
O que está em jogo não é apenas a moralidade, mas a própria alma de uma sociedade. Enquanto a promiscuidade é celebrada e estimulada, valores como lealdade, respeito e amor próprio são relegados a um plano secundário ou mesmo esquecidos. Essa destruição cultural não é um acidente; é uma estratégia calculada, projetada para enfraquecer laços familiares, demolir tradições e criar uma população apática e facilmente manipulável.
Mas nem tudo está perdido. Ainda existem vozes que clamam no deserto, lutando para reacender a luz da dignidade e do senso de responsabilidade. Ainda existem famílias que ensinam seus filhos sobre o valor da esperança, da espiritualidade e do amor verdadeiro. Esses exemplos, embora raros, são a prova de que é possível resistir ao colapso moral.
É urgente que aqueles que veem essa realidade se levantem e falem. É urgente que resgatemos nossas jovens da ilusão de que a promiscuidade é liberdade, de que a ausência de Deus é independência. Porque, ao fim, a verdadeira liberdade está em reconhecer nosso valor intrínseco, em respeitar nossos corpos e em construir vidas baseadas no amor, na verdade e na esperança. E isso só será possível quando, como sociedade, tivermos coragem de enfrentar essa cultura destrutiva e plantar as sementes de um futuro mais digno.