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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 716.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Renuncie à bengala!

12.07.16, Rodrigo Caldeira

Uma das coisas que mais procuro recomendar às pessoas - e até a mim mesmo - é a necessidade de renunciar à bengala. Todos nós usamos uma terceira perna para nos mantermos em pé. São muletas, bengalas, andadores ou mesmo os ombros alheios. A maior covardia que fazemos contra nós mesmos é nos permitir andar apoiados sobre algo que não sejam nossas próprias pernas. Quando você se permite ter a nova experiência de andar com suas pernas perceberá o quanto a vida se torna gigante e formidável. Você sentirá que pode ser quem você quiser ser, perceberá que poderá conquistar a pessoa que você quiser, sentirá que o poder está em suas mãos e que quanto maior o desafio, mais suas pernas aguentarão correr para a linha de chegada. Há quem use como bengala anos e anos de terapia em salas de psicólogos. Outro dia uma amiga do Rio me sugeriu que eu fizesse terapia, pois ela frequenta uma há mais de quatro anos. Fiquei perplexo e chamei-lhe a atenção. Isso porque a psicóloga anterior havia falecido e ela tratou de arranjar outra para substituí-la. Disse que gostava de ter uma "segunda opinião". Pelamordedeus, isso não é terapia, é pagar para ter alguém para te ouvir, sem necessariamente se importar com você. A artificialidade de usar esse tipo demorado de ajuda faz com que sua vida também fique artificial. Segunda opinião não. Na verdade, a segunda opinião a gente já dá para o que nós estamos conjecturando em nossa mente, então seria uma terceira opinião e isso nós fazemos com quem está interessado em ouvir e também falar a nosso bem. Empodere-se ou deixe que alguém faça isso, mas não bengale-se! Tem outras formas de  se sustentar sobre uma bengala, como os maus hábitos de possuir algum atraso de vida, como algum vício. Há bengalas de todos os jeitos. Algumas vezes tive amiga (e não foi só uma) dizendo que não conseguia encontar para si um cara legal, então voltaria para a igreja, onde se entregaria de corpo e alma. Deus prescruta os corações dos homens, não adianta entrar na igreja para se apoiar na aparência da fé e justificar as frustrações, tem que se preparar melhor. Tem aqueles que sentem pena de si mesmos e é uma bengala maldita essa. Há a bengala chamada "rede social online", em que tanto de um lado há quem viva para sustentar seu perfil com as fotos dos sonhos, nadando com golfinhos, fotografando cenários deslumbrantes de países surreais, como se necessitasse dizer que é uma pessoa muito feliz, quando na verdade é uma tentativa de convencer os outros e camuflar tanta solidão; bem como do outro lado há quem use de bengala essas fotos alheias para justificar e afirmar o quanto sua vida é pequena e seu potencial de felicidade é insignificante. Outros que culpam uma doença ou mesmo trocam a felicidade para viver e conviver com pessoas que lhe darão tudo, menos o prazer do sentimento sincero, entregue e honesto. Nada disso é real, e se você quiser ter orgulho de suas vitórias comece a se dar as respostas para suas perguntas. Conquiste alguém que queira ouvir e ponderar você, mas nunca se deixe levar pela tentação de andar de bengala. Vá fazer exercícios físicos, malhar, peladar, saia, se divirta, beije na boca, faça amor ou transe, você quem escolhe. Encontre a harmonia do sentimento em você, foque na sua qualidade de vida emocional e abrace a causa de suas curiosidades. Dificilmente você fará tolices, porque antes de cometer o erro sua mente já lhe enviou respostas sensatas, procure ouvi-las. Você pode mais, você pode muito mais, então acredite em seu palpite, ressucite-se em beijos bons, sorria para gente séria e observe os retornos que virão. Não seja imprudente. A renúncia é lenta, mas não tanto quanto o apego à bengala. Seja a pessoa que gostaria de conhecer e acredite na sua inteligência emocional. Torço por você.