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http://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt

Desde 2008 - 716.000 visualizações em todo o mundo. Diário pessoal aberto, onde se pode ler experiências pessoais de vida, de relacionamentos, vislumbrar reflexões psicológicas, sociais e até pessoais.

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Respeitável público! O circo chegou!!! a 2011-09-20 02:36:09

12.01.15, RodrihMC
em 22 de Março 2014, 03:21:27
O texto a seguir é um manifesto de reflexões para que as pessoas tenham mais consciência sobre a importância das relações. Minhas expressões, muito embora agressivas para alguns, são provocantes, intrigantes e tem a pretensão de causar certo incômodo a quem lê e que esteja precisando de "um toque". Já que nada acontece por acaso e que existe um propósito por trás de todas as coisas, quem sabe se um texto desses seja exatamente aquilo que precisa ser dito? Sem a pretensão de definir o futuro, meus textos podem mudar a vida... para melhor. Vai saber?...

 

Tal como um circo o casamento tem se tornado um de igual teor e forma. 

No namoro vivem enchendo o saco das famílias com um comportamento rebelde por causa do desejo, do tesão e da vontade de se ver. É óbvio que ambos não convivem sob mesmo teto e quando se encontram é para saciar o desejo contido por semanas, dias ou horas distantes um do outro. Então se noivam e vivem enchendo o saco com um falso desejo, um querendo provar para o outro seu valor na relação, sua importância na vida do outro e o quanto se é insubstituível. Continuam como namorados, só que agora cada um carrega o status de desfilar com um baita anel de ouro num dedo. Então se casam e como um circo montam as tendas da ilusão, entra a menina florista espalhando pétalas de rosas para a malabarista conhecida como noiva pisotear com seus sapatos alugados da loja de roupas de noiva. A daminha entra levando o mesmo anel, agora com o significado que a própria menina não faz idéia qual é. O picadeiro está cheio de feras maliciosas e selvagens domesticadas pelo aroma doce da ilusão que se faz presente diante dos olhos de cada um. Só os anjos não se atrevem a rondar o espetáculo, porque sabem que tudo é uma representação e que nesse palco fingir é o segredo do sucesso. O noivo finge que tá adorando pagar mico lá na frente para uma multidão de amigas e primas gostosas na platéia. A noiva finge que está confortável naquele vestido mega apertado que a camufla tornando sua aparência cotidiana apática numa fada de contos encantados. A calcinha entrando na bunda e ela não tem como puxar a maldita pra fora. O noivo doido pra coçar o saco e tem que disfarçar que vai ajustar a roupa no corpo para passar o dedo perto da virilha e assim vai coçando à conta gotas. O circo chegou e a palhaçada vai começar quando o casal perceber que entrou numa roubada quando apenas representavam seus papéis no maior espetáculo da terra.

 

Marido e mulher entram para dentro do cafofo e começam a tirar suas máscaras. Cada um dá ao outro aquilo que recebe e as ações mesquinhas começam a fazer a relação de ambos ter um mísero sentido real. Quão lindo é dizer que estão casados e que ambos usam o mesmo banheiro, mesmo que um dos dois tenha acabado de fazer suas necessidades fisiológicas deixando o local empestiado com o odor da morte súbita. A privacidade parece ter fim até para isso. E todo desejo cheio de tesão com a vontade de se verem vai dando lugar para pensamentos ardilosos, egoístas e hipócritas. Sim, o casamento de meia tijela começou, o casal tira a fantasia de suas nobres roupas alugadas e vestem-se com seus uniformes de bobos da côrte para nunca mais mudarem sequer a cor da indumentária nupcial. Esquecem dos planos de conquistar o mundo e das juras de amar até sabe lá quando. Até a grana acabar ou um dos dois começar a ser menos atento.

 

Atenção é tudo num casamento, mais até do que no namoro e noivado. É no casamento que a mulher deveria ser fogosa e safada para o marido e não tanto no namoro. Na relação conjugal que o marido deveria encher a esposa de beijinhos e conforto depois de gozar e não só no namoro e olhe lá. Ambos entram no casamento achando que estão brincando de casinha ou fazendo novela. A realidade assusta os inexperientes e se torna a educadora dos desavisados. Depois vêm as discussões, dizem que é adaptacional, mas na verdade são os primeiros sintomas de que tudo está fora do lugar e o casamento está perto de acabar. Discutir é a prova de que falta humildade para pedir perdão ou desculpa, quando entre o casal a insensibilidade fala mais alto do que a voz do entendimento, da compreensão, da sensibilidade, da inteligência e da sabedoria. Ao invés de não poupar palavras para os elogios e os incentivos, são cobrados bem mais os defeitos, os deslizes, as malidicências e as infelicidades do outro. Um quer falar em tom de voz mais alto do que o outro, sem saber que é com moderção, calma e paciência que se mantém o equilíbrio e o casamento cada vez mais amadurecido, fortalecido e enriquecido. Os bilhetes que antes eram constantes, os recados e gestos que demonstrem provas de amor, carinho, consideração e companheirismo são ignorados e no lugar acumulam-se palavras afiadas ditas ou faladas, desavenças, infantilidades e dissabores para serem acertados depois. E bem mais do que assuntos e surpresas agradáveis, chegam sempre um falando para o outro de problemas, dificuldades, incertezas e questões quase insolúveis, esquecendo ou ignorando os meios carinhosos convincentes, sinceros e verdadeiros para um conquistar cada vez mais o outro.

 

O que era para ser um casal, na verdade se tornam uma dupla de sexo diário. O consentimento de violação dos direitos humanos é dado dia após dia, e um se sente mais dono do outro do que do próprio cachorro que come migalhas debaixo da mesa. Começa a podação, a castração moral, a exploração sexual, a desvalorização da cultura do outro e a obrigatoriedade no cumprimentos dos deveres. Ambos se tornam hipócritas e passam a sentir medo de dizer a verdade, desabafar suas lamúrias para o cônjuge a fim de expressar seus sentimentos e tentarem começar cada novo dia andando no mesmo caminho, no mesmo rumo e na mesma direção, cada um quer mesmo é seguir seu destino sozinho e muito pouco ou nada é feito, quando um precisa da solidariedade, da compreensão, da gentileza e do companheirismo do outro. E bem mais do que com compromisso e responsabilidade, passam a ver o relacionamento simplesmente como um mero e arriscado jogo de aventura. Bem mais do que aumentar e duplicar a confiança, passam a existir frequentemente dúvidas e mais dúvidas, incertezas e mais incertezas entre os dois, tornando escassos o interesse de se tornarem cada vez mais interessantes visualmente e com comportamentos mais lascivos entre si. As carícias e os gestos acolhedores, oportunos e inteligentes que deveriam ser divididos e multiplicados a cada dia, passam a ser diminuídos a cada hora, a cada minuto e a cada momento, porque ao invés de se amar e busca cada vez mais o entendimento, o discernimento e a compreensão, criam indiferenças, empencilhos e barreiras entre si, arrumando desculpas para tentar justificar a falta de diálogo, a falta de oração e acima de tudo a falta de Deus na vida do casal.

 

Quando namoravam, ambos tinha um certo "quê" interessante, que despertou o interesse um do outro, mas o casamento se tornou um testamento de alforria, como se manter-se interessante fosse algo sacrificante e escravista. A mulher começa sua metamorfose se transformando num outro ser que o seu companheiro jamais imaginou vê-la tão feia. E o engraçado é que a desculpa que ambos usam para se convencerem de que tudo está bem é a de que "se há amor, há aceitação". Pelo amor de Deus! Quanta hipocrisia! O mundo está cheio de opções melhores e mais interessantes, ninguém precisa sucumbir ao abismo da aceitação só porque a outra parte resolveu fazer o caminho contrário da metamorfose, deixando de ser borboleta para se transformar numa suculenta lagarta rastejante. O homem não deixa barato e esquece que ele é quem domina o interesse da sua companheira em se cuidar e se preservar mais bonita e interessante. Então o sujeito começa a ter a "gravidez psicológica" e o que antes era uma barriga politicamente aceitável se torna uma bola, típica de uma gravidez. E não fica só nisso. Certos homens também fazem o percurso contrário do que seria aceitável e admissível como sentir o direito de urinar de porta aberta e acertando o jato de mijo bem no meio da poça d'água da privada, quando tudo está em silêncio, a parceira na cama e aquele barulho interminável de xixi explodindo na água quebrando a harmonia e a paz do ambiente. Muitas vezes passa a emitir barulhos estranhos como arrotos e fratulências (peidos) que fazem a mulher pensar estar condenada pelo resto da vida pelo crime de ter sido menos atenta com relação ao sujeito estranho que está com ela. Sem ficar para trás, as lingeries de rendinha e florzinha são substituídas por peças da cor da pele e esteticamente horrorosas. A mulher começa também a voltar à pré-história se sentindo no direito de resposta. O homem usa as cuecas de tanga achando que as cuecas box são para os solteiros e é justamente para eles que sua mulher vai se inspirar. Ambos começam uma guerra silenciosa para ver quem é mais repugnante do que o outro, mais repelente e desinteressante. Sutis como rinocerontes, homem e mulher fazem do casamento um picadeiro de feras domesticadas e perdidas numa consciência limitada de suas naturezas e essências. Passam a preferir viver cada vez mais distantes um do outro ao invés de sairem cada vez mais juntos. E por que será? Porque um passa a causar vergonha no outro. Essa é a verdade. Há casais que são lindas borboletas quando se conhecem e se transformam em lagartas asquerosas depois que se casam. O processo inverso é uma realidade atual e quando uma das partes - geralmente aquela parte que está minimamente um pouco menos chocante que a outra - limpa dos seus olhos a catarata que embaçava a visão óbvia da vida e dos sentidos, e resolve dar um basta no espetáculo de horrores que sua vida se tornou, a outra parte entra em pânico e começa a semear desespero. Percebe que perdeu tanto tempo se transformando em lagarta que mal tem tempo para reconstruir-se na leveza da borboleta que era há muito tempo atrás. O mundo oferece variedades maravilhosas e atraentes, ninguém nunca vai ficar sozinho, a menos que queira. É por isso que nos dias de hoje é muito importante que o casal esteja comprometido com a individualidade um do outro, tanto o homem pelo melhor de sua mulher, como ela pelo melhor dele.

 

A tecnologia aproxima as pessoas. Assim foi desde a troca do cavalo pelo primeiro veículo a vapor; que fez com que as pessoas pudessem elas mesmas se deslocar com mais agilidade e independência. O telefone aproximou ainda mais, dispensando a necessidade de estar até o local para simplesmente falar algumas palavras. A televisão fez com que os povos se vissem e soubessem que existe vida além de suas fronteiras. Depois veio a internet que, aprimorada, tornou o mundo uma só cidade, um só lugar. Antes da internet as pessoas se limitavam na cultura de que não havia outras pessoas, então se cerceavam de conceitos como tolerância e adaptação. Com a Era da Informação, a que vivemos hoje, bem diferente da Era Industrial (Revolução Industrial), temos conhecimentos aguçados e de uma inteligência emocional avançada se compararmos nossos comportamentos atuais com os de dez, vinte ou cinquenta anos. As pessoas se multiplicaram e as possibilidades se tornaram infinitas.  Há de considerar que muitos adultos, principalmente homens de cinquenta anos acima vivem relações extraconjugais, justamente porque eles eram de uma época em que a tolerância e a adaptação eram o conceito que tinham de aceitar. Viram suas esposas incharem e se transformar para pior, com a justificativa que a vinda de filhos as mudara. Mas hoje percebem que existem aquelas mulheres que por mais filhos que viessem a ter se anteveram a cuidar de si por dois motivos, sendo um terceiro ainda maior: saúde, beleza e atração. Mulheres saudáveis são bonitas e com isso atraem mais, e se essa atração for para os companheiros a quem elas amam, então elas terão uma vida melhor do que a maioria. Não dá para negar isso, por mais que insistam, essa verdade será sempre uma assombração para as pessoas mais acomodadas.

 

Muita gente me dirá que aparência não é tudo. Eu digo que é. E provo! Não há nada que possa seduzir ou agradar uma pessoa se a aparência de algo não lhe conquistar a vontade de ter, conquistar e sentir. É hipócrita e preguiçosa a pessoa que se defende com conceitos de que bem mais do que a aparência, o que vale é o sentimento. Se fosse assim a pessoa não se interessaria de ter uma vida melhor com mais conforto, já que até para se ter conforto necessita-se melhoria de aparências. A tevê mudou de modelo, antes era um caixote e hoje todos querem as que parecem um quadro de pintura de tão mais bonita e de tecnologia melhor. O carro, as roupas, tudo é bem quisto por causa da aparência. Assim também é a pessoa com quem se convive. Acreditar que é bonito ser feio torna a pessoa insana e repleta de baixa auto-estima. E não é a ditadura da magreza ou da beleza que está ditando as regras de consciência nas pessoas. Não. A própria natureza capricha nesse conceito e permite-nos perceber que só os mais atraentes fecundam e perpetuam a espécie. É fato e não hipótese. Mas parte dessa aparência está o comportamento. Ficar atentos com a maneira como agir diante da vida do outro também interfere em sua aparência. Criar hábitos saudáveis, se esforçar para manter-se nas metas relevantes que criam esses hábitos sempre vai gerar resultados positivos e estimulantes na relação. O casal não precisa viver gastando para sair sempre, mas pode inovar com passeios simples como caminhadas no parque e bem mais do que apenas fazer aquelas chatas e cansativas caminhadas podem estender uma toalha sobre a relva para sentarem juntos, conversarem e curtir a vista gratuita que a natureza oferece. Estimular a outra parte para ir à missa, culto ou professar a fé num determinado ambiente a fim de não só cultuar o Deus em que se acredita existir, mas também para criar vínculos de amizades e oportunidades com outras pessoas corroborando com o aumento do leque de amizades interessantes. Programar e seguir com determinação um jantar fora ou lanchar a dois uma vez por semana, mesmo que esteja caindo um temporal ou chovendo canivetes. São atitudes que renovam o espírito de namoro no casamento e torna a vida mais aceitável a dois. Não obstante, tem o comportamento íntimo, as provocações que despertam a libido a todo instante. O ser humano vive pelo tesão que sente e esse tesão sexual se reflete no desejo de ver um bom filme, comer uma comida apetitosa, falar coisas novas, diferentes e ousadas, e até provocar a outra parte com discrição e muita malícia; como encarar os olhos da pessoa amada e transmiti-la desejos só com o olhar, um toque sutil, um sarrinho discreto, uma palavra apimentada no cantinho do ouvido, uma sutil expressão lasciva num local politicamente incorreto, coisas que provocam inquietação, certo desconforto positivo ou admiração pela ousadia discreta. Há companheira que doma seu amado enquanto ele dirige o carro, momento em que ela demonstra seu recado tocando-o sem ele nada poder fazer para revidar. Tem companheiro que beija diferente do trivial a sua amada e ainda lhe dá uma mordida sacana na nuca deixando-a arrepiada até a alma, segundos antes dela abrir a porta para receber a visita dos pais em sua casa. Coisas assim que fazem a pessoa com quem se convive pensar que não encontrará alguém melhor nas inúmeras opções lá fora. Inovar também é necessário. Viver com a mentalidade limítrofe é o mesmo que vestir uniforme para trabalhar, a pessoa simplesmente não oferece novidade, é aquilo e pronto. Reinventar-se sexualmente é muito bom. Se permitir experimentar, querer gostar de fazer ou receber, valorizar coisas que na sua hipócrita consciência limitada, acomodada e desisteressada jamais permitiria ousar. Tudo isso renovará as vontades e permitirá com que a relação seja sempre uma novidade gostosa de sentir devido à confiança que passa a existir entre o casal. Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, já dizia Fernando Pessoa.